terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os pastores mais ricos do Brasil

Revista Forbes divulga nomes dos cinco pastores mais ricos do Brasil. Clique aqui para saber quem são eles.

Entretanto, penso cá com meus botões, todos são apenas milionários, em dólares, é verdade. Já em reais é outra coisa, pelo menos um... Mas, coitados! Ainda estão longe de chegar à casa dos “bi” na moeda do Tio Sam. Somente um está pertinho de chegar lá. Talvez o mais famoso.

Eu acho, no entanto, que eles não “obrigam” ninguém a dar. Os fiéis dão de livre e espontânea pressão psicológica. Acho até que os membros das suas igrejas devem dar mais e mais dízimos e ofertas. O que ainda é pouco, pois eles precisam chegar à casa dos "bi". Então que venham os trízimos, quatrízimos... novízimos... Comprem mais livros, bíblias, cds, dvds, revistas e jornais de suas editoras; comprem muitas e muitas toalhinhas ungidas, fronhas ungidas, óleo ungido, água “benta” etc; associem-se; ofertem com cartão de crédito, de débito, cheque especial, façam empréstimos junto aos bancos, doem seus próprios bens; tudo isso para ajudá-los a aumentar os seus patrimônios, pois eles precisam viver bem e confortavelmente. Afinal, são “grandes homens” de Deus e não de Mamon.

Jatinho particular, carrões importados – é bom que sejam blindados, vai que o anjo toscaneje –, mansões em praias e no campo, fazendas, apartamentos nos melhores lugares etc. Eles não estão tirando muitas almas do poder de Satanás? Então merecem todas as regalias que o fiel comum não tem. Se o preço é esse, tudo bem.

Ganhar muito dinheiro lhes permite ter uma vida muito boa, confortável e, consequentemente, toda tranquilidade para trabalhar, viajando só de jatinho particular e morando em luxuosas mansões, pois assim viverão muitos anos mais e terão mais tempo para dedicarem à “obra” de Deus (?).

E os pastores das outras igrejas, inclusive da Assembléia de Deus, apareçam nos meios de comunicação para defendê-los, pois eles só estão ajudando a transformar o Brasil numa nação evangélica. Não é o sonho de todos os pastores? Isso não é bom para o país? Não interessam os meios, não é verdade? 

Um desses... desses... desses... bom, é melhor eu não citar a palavra que me veio à mente. Um similar americano, que gosta de derrubar os incautos (eu vi um deles aqui em Natal há alguns anos), em uma entrevista para um documentário chamado “Milagres”, exibido no canal Discovery a tempos atrás, deu uma resposta bem esclarecedora. Quando lhe questionaram sobre o fato dos recursos da maioria dos pregadores provirem de pessoas humildes – e muitas em sérias dificuldades financeiras – em contraste com a opulência demonstrada por esses pregadores, ele respondeu:

"Embora eu receba um bom salário e more com conforto, embora eu voe em um avião particular, quero lhe explicar por que faço assim. Se eu não voasse em um avião particular, logo estaria esgotado. Então é um benefício, vou durar mais tempo. Serei mais produtivo para o reino de Deus... Não vejo nenhum problema no modo como angariamos os fundos. A maioria só doa porque acha que Deus os está levando a doar, não porque alguém pediu."

Quanto cinismo!

É isso, meus amigos. Se o povo quer assim, o que é que se pode fazer?

Talvez o poder público devesse intervir nesse verdadeiro mercado da fé, como Jesus fez no templo. Aí com certeza os crentes vão dizer que é perseguição religiosa. E os porta-vozes do protestantismo vão bradar que “O Diabo quer barrar o crescimento do evangelho no Brasil”.

E eles, os “forbianos”, serão os primeiros a gritar, especialmente um que se destaca pelo destempero verbal e pelos gritos histéricos contra seus desafetos. Você também?

O interessante é que eles sabem usar a Bíblia direitinho para atingir seus objetivos. É lamentável que a Bíblia dê margem a tantas interpretações oportunistas. E eu sempre me pergunto: por que, se é a Carta de Deus?

Saulo Alves de Oliveira

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