quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

A menina, Jesus e o pé de goiaba

Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.

Carl Sagan

Por Saulo Alves de Oliveira

Recentemente eu assisti ao vídeo em que a futura ministra dos Direitos Humanos do governo do “mito” (sic), Sra. Damares Alves, Pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular, relata emocionada uma interessante experiência que ela teve quando criança. Ela descreve que foi vítima de abuso sexual dos 6 aos 8 anos e algum tempo depois, pensando em se suicidar, teve uma visão extraordinária que a salvou da morte.   

A irmã Damares afirmou que, desesperada e pensando em tirar a própria vida, viu Jesus subindo num pé de goiaba quando tinha apenas 10 anos de idade. Se eu disser que acredito automaticamente nessa história, estarei mentindo. Todavia, não posso afirmar com certeza absoluta que algo não aconteceu naquele momento traumático da sua vida e que ela entendeu como sendo Jesus subindo em uma árvore. De uma coisa eu sei: uma mente infantil, sobretudo aquela influenciada pelo fanatismo religioso, e no auge do desespero, como era o seu caso, é capaz de produzir coisas fantásticas.

Um detalhe: em determinado momento do seu depoimento ela fala como se ainda fosse aquela menininha de 10 anos e não uma mulher adulta. Ela também diz algo que é de uma infantilidade muito clara: “Jesus é tão poderoso, tão poderoso, que Ele conseguiu subir no pé de goiaba sem cair”. Subir num pé de goiaba é uma ação que demonstra algum tipo de poder sobrenatural? Qualquer criança saudável é capaz de subir numa árvore sem cair.    

Eu tenho uma experiência pessoal nessa área. Meu filho aos 7 anos teve uma visão de algo que hoje poderia ser interpretado como sendo a presença de um “bicho” ou de anjo em seu quarto. Felizmente, tudo foi esclarecido e na realidade não passou de um fenômeno natural. Nós tivemos a lucidez de entender o que estava acontecendo e assim evitar um possível trauma para o resto da sua vida. Alguns espíritas conhecidos disseram: “Vocês precisam levar o menino a um centro espírita para desenvolver sua mediunidade”. Nada mais tosco e sem sentido.  

O mais interessante na história da irmã Damares não é o fato dela, traumatizada por ter sido abusada sexualmente dos 6 aos 8 anos de idade, ter dito que, aos dez anos, viu Jesus subir num pé de goiaba. Imaginem a cabeça confusa dessa criança à época do evento!

O que me deixa pasmo é o fato de pessoas acreditarem, sem nenhum questionamento, que realmente era Jesus. Ela não apresentou nenhuma evidência. Foi apenas o seu testemunho pessoal. Uma experiência vivida única e exclusivamente por ela. A irmã Damares afirmou, pronto... é a verdade absoluta, realmente foi Jesus que apareceu!

Há pessoas – pasmem agora vocês! – que acham minha preocupação totalmente infundada. Essa não é a única história que ouvi com tal característica no meio cristão. Talvez tenha sido a de maior repercussão, todavia não foi a mais extraordinária. 

Se a irmã Damares é uma mulher sincera, não dada a crendices e fantasias hoje – confesso-lhes que tenho minhas dúvidas - eu acredito que pode realmente ter acontecido algo que ela interpretou, na sua cabeça infantil à época, como sendo Jesus subindo em uma árvore. Todavia, isso não quer dizer com certeza absoluta que esse fenômeno foi real.

Em entrevista ao portal UOL, a futura ministra dos Direitos Humanos, Sra. Damares, afirma: “Quando subi com o veneno vi meu amigo imaginário [observem: o amigo imaginário], o personagem que é Jesus, de barba branca, roupa branca... Tem criança que vê duende, que fala com fadas. Eu vi Jesus...”

Suas palavras são sintomáticas quando se levanta a possibilidade de se tratar de uma fantasia de criança. Colocar Jesus, duende e fadas num mesmo patamar, parece realmente algo do imaginário infantil. Não existem duendes e fadas, mas há pessoas que afirmam que os veem. Se não existem duendes e fadas, porém as pessoas os veem, onde tais seres imaginários se encontram? Só há uma resposta racional: em suas cabeças, em suas fantasias!

Para mim, enquanto não forem apresentadas evidências convincentes de que realmente tal fato aconteceu, admito apenas a possibilidade de que ela certamente viu, em sua mente, alguma coisa especial que a impactou e ela interpretou como sendo Jesus subindo em um pé de goiaba.

Questionada sobre a possibilidade de se tratar de algo real ou de uma fantasia, uma amiga, por incrível que pareça, afirmou: “Só quem pode te responder se a experiência foi real ou se foi uma fantasia é a própria Damares.“ (sic) Imagino que qualquer pessoa racional percebe que essa é uma afirmação totalmente sem propósito.

Então, eu lhe fiz a seguinte pergunta: “Se um muçulmano afirmasse que viu Maomé subindo em uma figueira, você acha que ele seria a pessoa melhor indicada para responder se sua experiência foi real ou se se tratou de uma fantasia?”

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Às vezes é difícil, mas prefiro o silêncio

Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.
Gálatas 5:22,23 

Às vezes, quando eu vejo certas postagens ou comentários nas redes sociais, a minha primeira reação, dado que ainda estou num estágio espiritual da evolução humana muito abaixo da média, é escrever a primeira palavra que me vem à mente, a qual, dependendo de quem está do outro lado, pode ser idiota, cínico ou canalha. Mas aí eu me lembro de Gálatas 5.22,23, que trata do domínio próprio e da amabilidade, então, controlado o impulso inicial da agressividade, e por respeito ao ser humano, prefiro o silêncio.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Sobre armamento: incoerência e hipocrisia

Por Saulo Alves de Oliveira

De dia, nas conversas com amigos, defende o armamento do cidadão. De noite, no culto, prega um sermão baseado no Salmo 91, enfatizando a segurança daquele que põe em Deus a sua confiança e ainda afirma que “Ele se preocupa com o crente nos mínimos detalhes e o protege de todo o mal”. 

Certa vez, em uma discussão entre crentes sobre o armamento da população, eu fiz a seguinte pergunta:

“A quem propõe que as pessoas andem armadas, eu pergunto, especialmente aos crentes: Por onde anda o 'anjo do Senhor' que acampa-se ao redor dos que o temem e os livra?" 

Um dos interlocutores fez a seguinte observação: “Não me considero incrédulo, porém o ‘anjo do Senhor’ não é bem como a gente pensa não. Embora tenha usado uma arma bem menor do que Golias, Davi não esperou o ‘anjo do Senhor’ para livrar Israel. Se fosse simples assim, nós e as nossas casas nunca seríamos assaltados”.

Não é de hoje que eu ouço essa desculpa “não é bem assim”. Como não é bem assim? Por que os templos evangélicos, os locais onde Deus se manifesta, com todas as promessas de que Deus guardará os seus, necessitam de sistemas de alarme e guardas de segurança? Muitos os chamam de a “Casa de Deus”. Por que a “Casa de Deus” precisa de segurança humana!?

Mas é sempre assim. Quando a realidade da vida não é compatível com aquilo que sempre ouvimos ou acreditamos, ou nos ensinaram, as desculpas são “não é bem assim”, “temos que ver o contexto” ou “no original quer dizer outra coisa”, no entanto, quando é para fazer as pessoas acreditarem e confiarem, nada disso é levado em conta, nenhuma ressalva é feita.

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará... Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido... Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação, nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda”. 

Numa outra oportunidade, tendo como referência o texto acima, eu fiz a seguinte pergunta: “Na sua opinião, por que pastores que creem e pregam o Salmo 91 andam com segurança?”

Eu soube que há pastores que andam em carros blindados e com seguranças armados.

Um amigo pastor respondeu: “Ah, esse Salmo era uma profecia acerca de Jesus”.

Interessante. Muito interessante!

Todavia, quando é para justificar que Deus se preocupa com o crente nos mínimos detalhes e o protege de todo o mal, é a vez do Salmo 91. Então, de acordo com a interpretação do meu amigo, os crentes estão sendo enganados?

Quando é para justificar que o crente está sujeito a todos os problemas comuns a qualquer ser humano, é a vez de Eclesiastes 9.2.

A realidade da vida, meus amigos, é como disse meu interlocutor no parágrafo 4, acima: ”não é bem como a gente [o crente] pensa não”. A verdade da vida é realmente a de Eclesiastes 9.2.

A minha pergunta inicial foi apenas uma provocação com base naquilo que as pessoas sempre acreditaram. Se fosse assim não haveria crentes que nascem, crescem, vivem e morrem em situações de quase miséria, talvez alguns na miséria mesmo.

Será que os crentes, especialmente os pregadores, realmente acreditam naquilo que pregam ou é apenas retórica para fazer prosélitos?

Eu conheço líderes religiosos que são experts na técnica das artimanhas do engano, pois usam a Bíblia para convencer os incautos fazendo-os acreditar em coisas que são totalmente incompatíveis com a realidade da vida humana e, como resultado da sua pregação enganosa, tais experts do mal estão riquíssimos à custa dos pobres. 

A dura realidade é que os crentes têm os mesmos problemas, as mesmas dificuldades, sofrem as mesmas doenças e morrem do mesmo modo que todas as outras pessoas, tenham elas crenças ou não, tenham fé ou ceticismo. A grande diferença é que os crentes morrem na esperança da vida futura ou eterna, os céticos, não.

A propósito, o exemplo de Davi e Golias não tem nada a ver com o nosso dia a dia. Ambos os povos, israelitas e filisteus, estavam em guerra.

sábado, 3 de novembro de 2018

B+O+L+S+O+N+A+R+O = ?

Por Saulo Alves de Oliveira

Tem gente dizendo por aí que Deus mandou o capitão para salvar o Brasil.

Não acredita? É verdade sim!

Se é para brincar...

Considere as letras do alfabeto, incluindo o K.

Faça o A = 6, B = 12, C =18, e assim por diante, até o Z, sempre acrescentando 6 ao número anterior para obter o seguinte.

Agora some os números correspondentes às letras do nome B-O-L-S-O-N-A-R-O e descubra algo bem interessante. Você terá uma excitante surpresa.

Coincidência ou é ele mesmo?

Já que é para brincar, vamos brincar. OK?

Dica: é um número de homem.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Síndrome do galho

Por Saulo Alves de Oliveira

O cidadão propõe o ensino à distância para todos os níveis e o(a) professor(a)
julga que o indivíduo é bem intencionado.

Se essa proposta insana vingar... adeus meu emprego de professor.

Que tipo de síndrome é essa?

Socorre-nos Freud!

Ouve-se uma voz vinda do cemitério Hoop Lane em Londres...

“Deve ser a síndrome do galho".

Que síndrome é essa, doutor?

Mais uma vez Freud responde: “É aquela que a pessoa sofre quando resolve cortar um galho da árvore e começa a serrar a parte entre ela e o tronco, sendo que está sentada exatamente sobre o galho”.

E continua Freud: “Tem um nome mais adequado para essa síndrome, mas eu prefiro guardar comigo”.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Aos amigos, colegas, parentes e conhecidos

Por Saulo Alves de Oliveira

Nós ainda vivemos em um arremedo de democracia. Até quando, não sei! As perspectivas não são muito animadoras. Todavia, hoje, ainda temos o direito, não totalmente livre, de escolhermos nossos representantes. Portanto, cada um vota em quem quiser e de acordo com a sua consciência.

Acabamos de sair de uma eleição cujo vencedor foi o Sr. Jair Bolsonaro. Uma pessoa, na minha avaliação, despreparada e desqualificada para o cargo de Presidente da República. Julgo que sua eleição será um desastre para o Brasil. Espero estar enganado. Não vejo, pois, qualquer justificativa para uma pessoa que se diz cristã votar no Sr. Jair Bolsonaro, a não ser que a prática cristã seja exatamente isso que foi amplamente divulgado nas palavras rancorosas do vencedor, e até hoje nós vivíamos uma farsa.

Portanto, quero informar a todos os meus amigos, colegas, parentes e conhecidos que porventura votaram no Sr. Jair Bolsonaro que este quase ancião não tem interesse algum em tomar conhecimento do seu voto. Se me têm alguma consideração – é importante ressaltar –, não precisa me informar acerca do seu voto. Deixem que eventualmente eu tome conhecimento por intermédio de terceiros.

Talvez alguém se pergunte “por que essa decisão?”

Não estou propondo romper amizades, todavia vivemos uma situação limite e em casos dessa natureza julgo necessárias decisões compatíveis com o momento.

Para mim, apesar de ser um direito de qualquer brasileiro, votar no Sr. Jair Bolsonaro é um enorme equívoco, por todas as razões que foram amplamente divulgadas e discutidas durante a campanha eleitoral. Não é uma opção para os que se dizem filhos dAquele que pregou o amor ao próximo como o mais importante projeto de vida. Uma pessoa que advoga a violência e prega o ódio como forma de resolver diversos problemas nacionais não merece chegar ao mais alto cargo da República. Um defensor da tortura e de torturadores e cuja principal proposta é torturar e matar, tudo ao contrário dos princípios humanistas que eu aprendi ao longo da minha não tão curta vida, bem como dos ensinamentos ouvidos nos bancos do Escola Dominical que frequentei durante anos.

É claro que se eu tomar conhecimento do voto não irei me afastar da pessoa nem deixar de respeitá-la enquanto ser humano, nem cortar meu relacionamento, desde que, é evidente, a própria pessoa não proponha tal afastamento, posto que a recíproca pode ser verdadeira em relação a este que escreve. Se isso acontecer, terá toda a minha compreensão, pois não comungamos das mesmas ideias políticas e de tratamento ao ser humano, inclusive os contrários. Também não me esquivarei de ajudá-la se eventualmente a isso for instado.

Todavia, minha admiração por pessoas até então tidas como sérias, amigas, sensatas, equilibradas e até dóceis, estará completamente prejudicada, pois eu não posso comungar com o ato de votar, quaisquer que sejam as justificativas, em alguém que tem vocação para ditador e que agride abertamente a democracia e cuja boca profere palavras de ódio de modo rotineiro.

Prefiro guardar de todos uma boa recordação e tê-los sempre como pessoas sensatas. 

Quantos aos líderes religiosos, inclui-se aí os pastores, do menor ao que se senta na maior cadeira – exclusivamente aos que fizeram parte desta farsa, evidentemente – quero registrar a minha indignação e o meu repúdio por terem contribuído para que muitas pessoas de menor compreensão da política participassem desse processo aviltante.

Fiquem certos que a partir de hoje nenhum dos senhores terá autoridade moral para corrigir-me em quaisquer das minhas falhas. Não lhes dou esse direito. E não reconheço sua autoridade moral nem espiritual sobre este cidadão que caminha para tornar-se um ancião. É provável que, para tais pastores, hipócritas na minha ótica, tal decisão não lhes afete em nada e talvez seja até motivo de um “dar de ombros” ou um simples “meneio de cabeça”.

O que significam a opinião, crítica ou insatisfação de um mero cidadão sem nenhuma influência nas esferas de poder? Mas para este filho de Sebastião Alves e Maria Carlos é uma questão de consciência e de sentir-me bem comigo mesmo. 

Há quem afirme que foi dirigido por Deus para guiar o povo evangélico à terra prometida do “bolsonarismo”. Pode ser, eu não duvido. Só preciso saber qual foi o deus. Jesus, o Cristo? Não acredito, mas há muitos outros deuses. Alá, Krishna, Shiva, Thor, Osiris, Baal, Tupã e vários outros! Qual deles?

Líderes como SM, EM, MF e outros congêneres mais próximos estão guiando o povo à terra que mana tortura e morte e onde se louva torturadores que, em sessões de tortura, chegam ao cúmulo da barbárie ao introduzir ratos nas genitálias de mulheres.

Lamento profundamente a atitude dos senhores. Atitude que envergonha o nome da igreja cristã e o evangelho e que vai ratificando uma decisão que a cada dia se cristaliza em meu intelecto: é tempo de partir!

Consequências virão a médio e longo prazos. Não tenham dúvidas.

A propósito, lembro de um texto bíblico que diz: “Eles são guias cegos guiando cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão no buraco”. Portanto, assim qualifico os senhores.

Para quem ainda não sabe, as palavras acima foram ditas pelo Deus Jesus, o Cristo!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

No banco da Igreja

Por Saulo Alves de Oliveira

Sentado no penúltimo banco de uma Igreja eu percebia que duas pessoas conversavam sobre política no banco atrás de mim.

De repente, no meio dos louvores musicais que o restante da congregação cantava, ouço a seguinte piada: "O mito defende os princípios cristãos, por isso tem o meu voto".

Como o ambiente exige reverência, contive a todo custo a gargalhada.

Esperei alguns minutos e, após controlar o impulso do riso, olhei para trás como se não tivesse ouvido nada para ver quem era o “humorista.

Qual não foi a minha surpresa! Infelizmente, já tinham ido embora.

Aí eu dei mais uma gargalhada, mas só para dentro.

E continuei ouvindo, já nessa altura, o Coral que entoava o belo hino “Mestre! O mar se revolta, as ondas nos dão pavor...  Sossegai!  Sossegai!”

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Os dez mandamentos do “Mito”

Estes são os mandamentos que hoje te ordeno e que observarás todos os dias da tua vida, por onde quer que andares.

1 – Não torturarás apenas. Torturarás e matarás;

2 – Não esquecerás de dedicar teus votos à “memória dos torturadores”. Darás atenção especial àqueles torturadores de jovens mulheres indefesas e aos que levam os filhos pequenos para presenciarem o espancamento dos seus progenitores;

3 – Não matarás apenas 111. Mararás 1.000;

4 – Não usarás a verba auxílio-moradia para moradia. Usarás para “comer gente”;

5 – Não pagarás os impostos. Sonegarás tudo o que for possível;

6 – Não estuprarás as mulheres que não merecem, e nem as feias. Darás vazão ao teu extinto do tempo das florestas africanas somente com as que merecem e que são bonitas;

7 – Não te furtarás a ensinar teus filhos a atirar a partir dos cinco anos de idade. Se todos os cidadãos aprenderem a usar armas e a atirar desde pequeno a nação estará mais segura. Não te esqueças: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele”;

8 – Não permitirás que os teus filhos brancos se casem com mulheres negras. Educá-los-ás bem para que se casem sempre com mulheres brancas. Quanto aos negros com excesso de peso, dirás: “Nem para procriador vós servis”, pois tais palavras são uma grande demonstração de valorização dos negros e um agradável incentivo para que eles se submetam a uma dieta rigorosa;

9 – Não terás empatia nem dó dos teus inimigos políticos. Desejarás sempre que eles morram infartados, com câncer ou coisa pior;

10 – Não defenderás o voto como processo de mudança da sociedade. Instigarás uma guerra civil entre os filhos da pátria.

Se observares estes mandamentos, vos farei grande entre as grandes nações da terra.

Não te preocupes com o que pensarão os teus opositores, pois terás o apoio maciço dos pastores evangélicos e dos seus prosélitos.

domingo, 14 de outubro de 2018

Decepção? Sim, decepção

Mas uma grande lição! 

Por Saulo Alves de Oliveira

Qualquer que seja o resultado destas eleições, eu aprendi coisas importantíssimas, as quais jamais esquecerei.

Dentre várias lições, eu percebi como a indiferença, o rancor e outros sentimentos nada nobres podem tomar conta de corações e mentes. Pessoas até então tidas como sérias, amigas, equilibradas e até dóceis, algumas consideradas por muitos como padrão a ser seguido, agem como se não tivessem nenhum compromisso com a ética, com a verdade e, em alguns casos, com os valores que elas mesmas pregam todos os dias.

Confesso-lhes que tem sido uma experiência que me pegou totalmente de surpresa. É, de certo modo, assustadora e, para alguns mais fracos emocionalmente, de perturbar a própria jornada da fé.

Eu não sei se tais pessoas um dia cairão em si e perceberão o rancor que tomou conta de suas almas e mentes.

Apenas dois exemplos.

1 – Fulana(o) divulgou uma notícia falsa, a moderna “fake news”. Vamos supor que Fulana(o) não sabe que tal notícia é falsa. É evidente que isso não justifica seu procedimento. Cabe à pessoa checar se aquela notícia é verdadeira ou não, especialmente se prejudica a imagem de outro ser humano. Mas, vamos dar o benefício da dúvida.

Então um amigo alerta: “Fulana(o), essa notícia é falsa. A notícia verdadeira é assim e assim.”

O que você esperaria de uma pessoa consciente? De acordo com os compromissos morais que você pensa que tal pessoa carrega, obviamente se esperaria que ela apagasse a informação falsa e até pedisse desculpas a quem a leu.

Entretanto, qual é a atitude de tal pessoa? Insiste com a informação, aplaude quem corrobora e ainda faz gozação com o amigo que a alertou.
 
2 – Eu vi pessoas que em algum tempo foram guias espirituais de muitos jovens, inclusive meus – ainda hoje o são de muitas pessoas, não mais meus –, apoiarem o que há de pior na política, sob a desculpa de que o elemento defende os valores cristãos. E quando você pesquisa a vida e os discursos do elemento, você constata que não há nada de mais enganoso.

Um me disse “[nome do cidadão] Presidente, pela volta ao Prumo da Verdade de Deus”. Nesse momento eu escutei os anjos no Céu exclamarem “My God!”. Não sei se é motivo para sorrir ou chorar!.

Decepção e frustração? Sim, porém extremamente instrutivo. As máscaras que cobriam os rostos nos púlpitos das igrejas e nas reuniões privativas caíram completamente.

Para mim, tais pessoas não passam de seres humanos que, e somente nessa condição, ainda merecem, e sempre terão, meu respeito. Como exemplo, jamais.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Pequena divagação sobre “ser crente”

Por Saulo Alves de Oliveira

Quando eu era criança, e na minha adolescência também, talvez sob influência dos meus pais e de alguns professores da escola dominical – é provável que em boa parte da minha vida adulta deu-se o mesmo –, eu achava que a condição “ser crente” significava, sempre, compromisso com a verdade, com a honestidade, com a moralidade e com a ética.

Um dia alguém me disse assim: “Acreditar em Deus ou ser um crente ou adepto de qualquer religião não implica, obrigatoriamente, em ser honesto, moral, ético e verdadeiro. Há pessoas que não acreditam em Deus ou que têm crenças totalmente diferentes entre si e são pessoas comprometidas com os sentimentos mais elevados que o ser humano pode alcançar”.

E quanto aos pastores? Na minha cabeça juvenil, eram pessoas que mereciam todo crédito e respeito. Eu achava que alguns recebiam as ordens ou orientações de Deus diretamente em seus ouvidos! Ah! Como eu fui tolo em boa parte da minha vida!

Felizmente algo abriu totalmente os meus os olhos para a dura realidade que me cercava e eu tolamente não conseguia enxergar. Se bem que eu nunca fui um fanático. Quantos interesses pessoais, sob o manto da vontade de Deus, dominam as decisões!

Você já ouviu falar de algum pastor de uma grande igreja, com uma grande renda, que foi “escolhido” por Deus para deixar o conforto de uma grande cidade e assumir a direção de uma igrejinha no escaldante sertão nordestino, para viver com os recursos provenientes do povo pobre do lugar?

Talvez Ele trabalhe com a coerência humana, isto é, os grandes nos lugares grandes e os pequenos nos lugares pequenos. Eu tive um insight agora ao escrever este parágrafo. Certamente sou eu que não consigo alcançar os mistérios de Deus. É, deve ser isso.     

Infelizmente, ou felizmente, não sei ao certo, é algo que eu venho comprovando ao longo da minha vida, especialmente nos últimos 20 anos, e, nos anos mais recentes, isso vem se confirmando assustadoramente.

Existem crentes que são exemplo para todos nós? É claro. Eu conheci muitos e ainda conheço alguns.

domingo, 30 de setembro de 2018

Matar, matar, matar...

Por Saulo Alves de Oliveira

O atentado contra o capitão, candidato à Presidência da República, é inaceitável sob qualquer ponto de vista, se é que foi real - o que é que os interesses externos não fariam pelos 10 trilhões de dólares do pré-sal, cerca de 40 trilhões de reais em valores de hoje! Todavia, se o atentado foi real, não é assim que um povo civilizado resolve suas diferenças.

O capitão é vítima, mas também é, ao mesmo tempo, parte do problema.

Com frequência o indivíduo fala em torturar, matar, fuzilar...

O resultado de palavras e frases de efeito repetidas diversas vezes para uma manada de seguidores raivosos pode ser gravíssimo.  

Disse o capitão, candidato à Presidência da República:

“O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

“Pinochet [ditador do Chile] devia ter matado mais gente.”

“A PM devia ter matado 1.000 e não 111 presos.”

O cidadão é a favor da tortura e de matar, matar, matar... Tem um torturador como ídolo. Apesar disso, muitos evangélicos e católicos o estão apoiando. Será que eles ainda lembram que o seu Mestre foi barbaramente torturado e matado?

Eu realmente não sei se a atitude deles é uma questão de incoerência ou é coerência mesmo. Se for a primeira opção – isto é, não concordar, mas apoiar –, deve ser decorrente de alguma dificuldade cognitiva. Se se tratar da segunda opção – concordar e apoiar –, o problema é muito mais sério do que eu imagino, pois envolve questões morais e a exteriorização da maldade intrínseca do ser humano, que deve ser contida pelo estado civilizatório.

Talvez os seus eleitores concordem com ele, inclusive pastores e padres que o estão enaltecendo porque ele "respeita a Palavra de Deus e seus princípios". (sic)

É, parece que tais princípios são matar, matar e matar, ao invés de “...Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”

sábado, 25 de agosto de 2018

A propósito do tema “aborto”

Por Saulo Alves de Oliveira

Eis uma questão para os homens casados.

Não! Não só para os casados. Para os solteiros também. Certamente um dia muitos estarão casados.

Suponhamos que um infortúnio, indesejável para qualquer pessoa, bateu à porta da sua família e sua esposa foi vítima de um estupro. Evidentemente, eu não desejo que ninguém sofra experiência tão aviltante. Eu já vivenciei situação análoga com alguém muito próximo à minha família. É apenas uma conjectura para atingir um objetivo.

Suponhamos também que, eventualmente, tal violência resultou em uma gravidez com certeza indesejada. Nesse caso hipotético, o que você faria?

1 - Seria terminantemente contra o aborto e não levaria em consideração a opinião da sua companheira?

2 - Exigiria que sua esposa abortasse e não levaria a opinião dela em consideração?

3 - Se você e sua esposa concordassem que a criança deveria vir ao mundo, você aceitaria tal situação de forma altruísta e ajudaria sua companheira a levar a gravidez até o fim, proporcionando-lhe todos os cuidados que a situação exige, demonstrando, inclusive, todo o carinho e compreensão como se ela estivesse grávida de um filho seu? Todos sabemos que a gestação traz para a mulher muitas transformações e desgastes, às vezes não só físicos, mas também de ordem psicológica, tratando-se de um período durante o qual ela precisa de muito apoio e compreensão. Tenha em mente também que durante a gravidez ela carregará em seu ventre o filho de um crápula da pior espécie. Evidentemente, a criança não tem nenhuma culpa.

4 - Você se comprometeria a criar, com todo carinho e cuidados, o filho da sua esposa com o estuprador como se filho seu fosse?   

5 - Se ela resolvesse abortar, e sendo você contra o aborto, você estaria disposto a apoiá-la mesmo contra sua vontade? Você permaneceria o marido carinhoso e compreensivo de sempre?

6 - Se sua companheira resolvesse levar a gravidez até o fim, contra sua vontade, você teria o mesmo comportamento do item “3”, acima?

7 - Se vocês dois decidissem não ter aquela criança, você tomaria todas as providências necessárias para que o aborto ocorresse com todos os cuidados médicos necessários?

Resumindo:

Se sua esposa fosse vítima de um estupro e, em decorrência dessa violência, engravidasse, qual seria a sua atitude?

(modificado em 21/08/2020)

domingo, 5 de agosto de 2018

Pode “bypass” no Judiciário? Sim! *

E na Igreja? Claro que não!

Por Saulo Alves de Oliveira

Há pessoas que defendem rígida obediência a certos princípios quando o desrespeito a tais princípios as atinge. Entretanto, quando atinge a outros, especialmente seus desafetos, os princípios se diluem como um pingo de tinta no oceano da desfaçatez humana.

Para ilustrar, vou citar uma possível situação que – se não vivenciei na prática, ouvi rumores e também ouvi ensinamentos a respeito – é totalmente factível.

Um pastor regional, ou mesmo um pastor de uma igreja local, jamais aceitaria que um presbítero ou um pastor subordinado desrespeitasse sua autoridade, mesmo que, eventualmente, o pastor de maior hierarquia estivesse errado. E eu tenho certeza absoluta que este lançaria mão de várias referências bíblicas para repelir a atitude do subordinado. Não falo de padres e bispos católicos porque essa não é a minha experiência religiosa, mas acredito que não deva ser muito diferente.

(Certa vez ouvi um pastor famoso no Brasil dizer que ninguém deve confrontar seu pastor, mesmo que este seja um ladrão (sic). E segue uma ameaça: “Meu irmão, não se mete nisso não!” É claro que isso é uma forma de amedrontar e controlar as mentes de muitas ovelhinhas. As tolas, evidentemente. E dá um bom retorno, financeiro, é claro.)

Entretanto, quando, em outra circunstância da vida, um subordinado desrespeita a autoridade do seu superior hierárquico, e aquele subordinado, segundo especialistas, não tem nem sequer competência para interferir no caso na fase em que se encontra, não sendo nem ao menos o responsável pela administração daquela situação, o subordinado é largamente elogiado por tais pessoas. E pasmem: o elemento extrapolou sua competência, se insubordinou, e é tido como herói.

(O interessante é que algumas dessas pessoas, no passado, já me serviram de paradigma.)

Tal fato não me surpreende mais. Antes eu ficaria angustiado, pois não foi assim que me ensinaram nos bancos da igreja. Atualmente, porém, tal situação me parece totalmente normal – normal aqui não é sinônimo de correção –, porquanto eu aprendi, ao longo dos anos, que o ser humano é exatamente isso, “dois pesos e duas medidas” ou “os fins justificam os meios”, não importam o seu grupo social e sua posição dentro desse grupo social.

Isso me faz ligar o meu scanner e me visualizar por inteiro. Portanto, tenho que me policiar, o que é nada fácil, para não me deixar contaminar com os dois conceitos em destaque acima, considerando que também sou um ser humano.                

Há um pastor, por quem eu tinha muito respeito e admiração, que a cada dia me decepciona mais e mais. Suas posições, no entanto, hoje não me surpreendem mais. Ele elogia o Sr. Moro que desrespeitou a autoridade de um superior hierárquico, o Desembargador Favreto, quando, segundo especialistas, o Sr. Moro não tinha nenhuma competência para interferir no caso na fase em que estava, inclusive ele não é o juiz responsável pela administração da prisão do Lula. Eu gostaria muito de saber qual seria sua atitude se um presbítero ou um pastor subordinado desrespeitasse sua autoridade ou a autoridade, por exemplo, de um pastor regional, mesmo que, eventualmente, ele ou o pastor regional estivessem errados.       


* “Bypass” é uma palavra inglesa que quer dizer ignorar ou passar por cima de. Aqui é usada no sentido de ignorar ou passar por cima da autoridade do superior

sábado, 21 de julho de 2018

Alguém sabe o nome do juiz que condenou Mandela?

Por Saulo Alves de Oliveira

Quem foi Nelson Mandela? Certamente muitos conhecem alguma coisa da sua história. Quanto ao juiz que o condenou... quem não viveu na África do Sul nos anos 1960 provavelmente nem ao menos ouviu falar do seu nome.  

Se vivo estivesse, Mandela teria completado 100 anos no dia 18 deste mês. Madiba, como era conhecido pelo seu povo, se tornou um ícone da luta pela igualdade racial, não apenas no seu país, mas em todo o mundo.

Nelson Mandela foi um político e ativista negro que lutou contra a discriminação racial na África do Sul. A segregação racial naquele país africano era uma política de estado. Foi preso em 1963, portanto há 55 anos, e passou 27 anos na cadeia. Sua prisão foi o resultado de um processo “legal” segundo as leis da África do Sul de então.

Quando se fala em Mandela algumas pessoas acham que o grande ativista africano foi um “santo” ou um Gandhi, líder indiano que lutou pacificamente contra a dominação britânica na Índia dos anos 20 aos 40 do século passado. Se você pensa assim, sinto dizer que é um completo equívoco.

Para quem não sabe, Mandela chegou a ser denunciado como “terrorista comunista” por seus críticos. Mandela apoiava a Cuba de Fidel Castro.

O regime de segregação racial da África do Sul era conhecido como “apartheid”.

Mandela foi o primeiro comandante em chefe do grupo armado “Lança de uma Nação”, após chegar à conclusão de que o “apartheid” não mais poderia ser combatido com a não-violência. Recebeu treinamento militar durante dois meses, oportunidade em que aprendeu a atirar, em alvos fixos e móveis. *

As ideias de Mandela passavam pela construção de um exército revolucionário, capaz de conquistar o apoio popular, instalar escolas de doutrinação, coordenação adequada da guerrilha, oportunidades psicológicas das ações. *

Mandela não foi preso apenas por ser negro, mas por lutar, inclusive com armas, contra o regime de segregação racial da África do Sul. Mandela foi preso com a participação da CIA – nossa velha conhecida –, organização norte-americana que muitos acreditam – e eu não sou a exceção – vem interferido no atual quadro político e econômico brasileiro.

Em sua defesa, por ocasião do seu julgamento, declarou-se inocente das acusações que ali se faziam - mas culpado por lutar pelos direitos humanos, por liberdade, por atacar leis injustas e na defesa de seu povo; admitiu ter feito sabotagens - algo que poderia ter omitido - desafiando o governo a enforcá-lo. *

Falou por quatro horas, concluindo: "Durante a minha vida, dediquei-me a essa luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer". *

Em 11 de junho de 1964 Mandela recebeu uma pena de prisão perpétua. *

Na realidade, Nelson Mandela foi um guerrilheiro na sua luta contra o “apartheid” e por isso foi condenado. Hoje, é um herói do povo da África do Sul, reconhecido com tal em todo o mundo.

Por acaso alguém lembra ao menos o nome do juiz que o condenou?

Daqui há 55 anos certamente eu não estarei mais aqui, porém um dos meus descendentes poderá fazer essas mesmas perguntas referentes a dois personagens do momento atual brasileiro. Um dos dois foi condenado e preso sem provas por um juiz parcial que é o legítimo representante da ditadura da toga que se abateu sobre o Brasil nos últimos anos. Tudo de acordo com as leis do país (sic), dizem os togados e seus admiradores. 

Você sabe quem são os dois?

Quem se lembrará do juiz que prendeu sem provas?

Quanto ao outro, ficará para sempre na história que se passou no Brasil nos primeiros 25 anos do século XXI.

Quer preso ou não, o Lula já é um mito. E isso o juiz e a direita não suportam.


* Informações ou transcrições da Wikipédia

sábado, 30 de junho de 2018

Perguntas sobre a mulher na Bíblia

Por Saulo Alves de Oliveira

A Bíblia é um livro machista?

A Bíblia privilegia o homem em detrimento da mulher?

Bom, acho que é um bom tema para pesquisa. Quem sabe uma interessante tese para conclusão de um curso de Teologia. 

Esse trabalho poderia começar respondendo e explicando as seguintes questões:

Quantas filhas de Adão foram protagonistas da história nos primórdios no Gênesis?

Quantas filhas de Noé são citadas no relato da arca?

Quais “patriarcas” foram mulheres?

Qual foi a atitude de Ló ao defender os dois homens que chegaram a sua casa e foram ameaçados pelos moradores de Sodoma e Gomorra? 

Quantas filhas tiveram os homens mais importantes da Bíblia?

Quantas filhas teve Abraão?

Quantas filhas teve Isaque?

Quantas filhas teve Jacó?

Quantas filhas teve José?

Quantas filhas teve Moisés?

Quantas filhas teve Arão?

Quantas filhas teve Jessé, pai de Davi?

Dentre os 20 filhos de Davi – sem contar os filhos das concubinas -, quantas eram mulheres?

Quantas tribos de Israel tiveram mulheres como cabeça ou receberam nomes de mulheres?

Quantas mulheres se destacaram nos eventos relacionados a Moisés?

Quantas mulheres foram sacerdotisas?

Quantas mulheres foram juízas de Israel? 

Quantas mulheres foram profetas?

Quantas mulheres foram rainhas de Israel/Judá?

Por que, após o nascimento de uma menina, o número de dias do ritual de purificação era o dobro do exigido para o caso do nascimento de um menino?

Entre os hebreus, por que os pais podiam vender suas filhas como escravas? – Ex. 21. 7

Por que um hebreu poderia tomar para si uma mulher, dentre os cativos, contra a vontade da mulher, e depois, se enfadado dela (sic), deixá-la ir à vontade? Por acaso, mulher é um objeto que se toma e se descarta à vontade? – Dt. 21. 10-14

Por que as mulheres só tinham direito à herança se não existissem herdeiros homens? Nm. 27.8

Por que os votos ou compromissos de uma mulher tinham de ser aprovados pelo pai ou marido, que também tinham a prerrogativa de anulá-los? – Nm. 30. 1-8. Observem que os homens não estavam sujeitos a essa restrição.

Por que era permitido aos homens terem várias mulheres?

Quantos livros da Bíblia têm nome de mulher?

Por que a maioria dos personagens mais importantes da Bíblia é composta esmagadoramente por homens?

Por que sempre se atribui uma condição masculina aos personagens espirituais da Bíblia, por exemplo, o Diabo, os anjos, os arcanjos (Gabriel, Miguel), “dois varões vestidos de branco...”, os demônios, “E o Pai que enviou...”, o Senhor, o Deus...?

Quantas mulheres havia entre os magos que visitaram o menino Jesus?

Por que Jesus encarnou como homem?

Quantas mulheres havia entre os 12 apóstolos?

Por que os primeiros diáconos escolhidos em Atos 6 eram todos homens?

Quantas mulheres escreveram livros da Bíblia?

No tempo de Paulo, alguma mulher poderia assumir funções de liderança – pastora, apóstola, presbítera – ou, pelo menos, falar na igreja?

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Há alguma explicação para tais fatos?

Por Saulo Alves de Oliveira

Hoje eu fui ao médico, mais precisamente ao cardiologista. Fui checar como está o meu velho companheiro de décadas, que nunca me deixa só, qualquer que seja a situação. Nos momentos tristes ou alegres, dormindo ou acordado, ele está sempre velando por mim e dizendo “estou aqui... estou aqui... estou aqui”. Eu amo meu companheiro inseparável. Literalmente, não posso viver sem esse amigo. Até este momento, ele já bateu cerca de 2,3 bilhões de vezes. Portanto, trata-se de um grande amigo e respeitável trabalhador.

De volta para casa eu comecei a pensar sobre as questões abaixo e quero compartilhar com vocês. Às vezes, esse tipo de questionamento me vem à mente de forma repentina, sem qualquer consideração prévia.   

Um crente evangélico, sincero e fiel, estuda, estuda e estuda bastante, ora e jejua, se submete a um concurso e é aprovado.

Um crente católico, cumpridor das suas obrigações religiosas, estuda, estuda e estuda bastante, reza e faz promessas, se submete ao mesmo concurso e é aprovado.

Um crente no espiritismo, praticante rigoroso da doutrina espírita, estuda, estuda e estuda bastante, invoca a ajuda e iluminação dos espíritos, se submete ao mesmo concurso e é aprovado.

Um fiel de uma religião afro-brasileira, convicto das suas crenças, estuda, estuda e estuda bastante, faz seus rituais característicos e suas oferendas, se submete ao mesmo concurso e é aprovado.

Um cético, não acredita em Deus nem na religião, estuda, estuda e estuda bastante, não ora, não reza, não faz promessas e não faz oferendas, se submete ao mesmo concurso e é aprovado.

Na sua opinião, há alguma explicação para tais fatos? O que ou quem interfere nesses processos?

sábado, 26 de maio de 2018

Divagações sobre a homossexualidade

Por Saulo Alves de Oliveira

Parece que a homossexualidade acompanha a humanidade há milhares de anos. Desde os tempos das cavernas, dos caçadores-coletores? O que faz uma pessoa ser ou se tornar homossexual? Sinceramente, não sei. Também não sei se alguém sabe com 100% de certeza.

Se Deus fez macho e fêmea, por que a homossexualidade acontece?

Interessante que inúmeras espécies de animais também apresentam um comportamento homossexual. Deus os fez assim ou não?

Às vezes eu me pergunto: o gay já nasce gay ou se torna gay ao longo da sua vida? Se se torna gay, o que faz alguém tornar-se gay? Como é esse processo? Quais fatores interferem no processo que vai do ainda não gay até assumir-se gay? Ser gay é opção? Em que momento da vida isso acontece? Há um momento da vida em que a pessoa diz “a partir de hoje eu sou gay”?

Por que algumas pessoas sentem atração pelo mesmo sexo? Quem ou o que possibilita ou é a causa desse processo?

Quem confessa que deixou de ser gay, deixa de sentir atração pelo mesmo sexo? Quem deixou de se relacionar com alguém do mesmo sexo, mas continua sendo atraído ou atraída pelo mesmo sexo, deixou de ser gay? Por exemplo: pessoas que, após aceitarem o Evangelho, confessam que não são mais gays, continuam sentindo atração pelo mesmo sexo? Se não, realmente é uma transformação extraordinária. Se sim, deve ser uma luta também extraordinária para vencer seus impulsos naturais. Posso chamá-los de impulsos naturais?

São perguntas que eu não sei responder. Tenho algumas hipóteses, mas não certezas.  

Eu conheci pessoas do sexo masculino, algumas evangélicas, criadas no “temor do Senhor”, como se costuma dizer no meio cristão evangélico, que desde a mais tenra idade apresentavam trejeitos femininos. Algumas, ao atingirem a idade adulta, ou ainda na juventude, assumiram-se homossexuais, outras casaram-se, tiveram filhos ou não, mas jamais perderam os trejeitos efeminados ou a delicadeza própria das mulheres. Obviamente, isso não quer dizer nem posso afirmar que eram obrigatoriamente gays. Eu não privei da intimidade das suas vidas. Alguns até já morreram. Teve um caso de um pastor conhecido do qual as notícias que me chegaram diziam respeito a um comportamento homossexual até o fim dos seus dias.    

De uma coisa eu tenho certeza: homossexualidade não tem nada a ver com o Diabo. É uma condição humana, e também de certos animais, que precisa ser bem estudada e analisada cientificamente para que se possa emitir uma opinião com segurança.

Considerando tudo isso, eu me pergunto: por que Jesus nada falou acerca do tema homossexualidade?

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Ufa! Que desastre!

Por Saulo Alves de Oliveira

Admira Trump! Apoia Malafaia! Defende a ditadura! Vota em Bolsonaro! A palavra comunismo não lhe sai da boca!

Ufa! Que desastre!

Os impropérios escritos ou verbalizados são de fato uma verdadeira antítese do “Bem-aventurados os pacificadores”.

Eu não sabia que havia tanto evangélico de extrema direita. Eu sempre soube que grande parte dos evangélicos e seus líderes são fundamentalistas de direita, mas não sabia que a situação era tão grave.

Eu estou até questionando comigo mesmo aquela história do “tantos quanto a areia da praia”. Será mesmo? Parece que o “...porventura achará fé na terra?” está tomando forma.

Mas, o que fazer? Da minha parte, apenas tentar argumentar com os mais suscetíveis à racionalidade. Todavia, cada um segue o caminho que lhe apraz.

Pena que aquela história que o Evangelho transforma, educa e induz a uma moral singular... sei não! Acho que a palavra do momento é revisão, nova leitura, novo exame.

Eu só tenho a lamentar um fato. Muitos jovens estão tendo suas cabeças feitas por líderes fanáticos, fundamentalistas e jamais chegarão à idade da razão. Perderam-se. Envelhecerão com os olhos de Paulo logo após o êxtase e não encontrarão um Ananias. 

Se seu guru lhes diz que pau é pedra, eles ou elas saem por aí todos felizes divulgando que pau é pedra. E não ousem dizer o contrário. Nas redes sociais os elogios ao guru são os maiores. Guia cego guiando cegos.

Felizmente, ainda na minha idade média eu ouvi o grito da razão e caminhei para o iluminismo. Outros, entretanto, não terão a mesma sorte. Não encontrarão um bom livro que seja seu “fiat lux” ou um bom orientador de mente arejada. Seguirão na caverna até o fim dos seus dias. De costas para a luz, as sombras nas paredes da caverna serão a sua “realidade”.
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Para o condenado não gritar, traspassaram-lhe a boca com dois ferros, um na vertical, furando-lhe a língua, e outro na horizontal, atravessando-lhe as bochechas... o infeliz herege foi amarrado sobre a fogueira... a fogueira ardia em chamas e a fumaça subia aos céus... ouviam-se apenas os gemidos de dor e os urros abafados do infeliz... e o alarido da turba embriagada com o cheiro da carne queimada e o chiado da gordura que espocava de vez em quando! Quase todos os presentes viam naquele ritual macabro a providência divina para preservar os valores da “verdadeira” religião.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Do Mestre, do Apóstolo, da Discípula, do Pastor, do Tolo

Por Saulo Alves de Oliveira

Do Mestre

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.


Do Apóstolo

Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram.
A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.


Da Discípula

Como é que se compara um animal desse, molambo velho, pinguço, asqueroso, nojento com o Estadista, homem honrado, que foi Moisés? Isso só revela o grau de ignorância desses seguidores cegos. (*)


Do Pastor

Nada, só o silêncio, nenhuma palavra de admoestação. Talvez concorde com as palavras da Discípula.


Do Tolo

No silêncio das suas reflexões, apenas as inevitáveis constatações que se acumulam há vários anos: só um Idiota como eu pode pensar que as palavras do Mestre e do Apóstolo são para os nossos dias. O que deve valer mesmo é o “dente por dente, olho por olho” do homem honrado que foi Moisés.


(*) Não são palavras inventadas pelo Tolo, são palavras literais escritas por uma Discípula e pregadora do Evangelho