terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O que você faria no lugar do João?

Por Saulo Alves de Oliveira

João é um crente fervoroso – não propriamente um evangélico ou protestante, mas crente no sentido de aquele que crê –, sincero e fiel. Um rigoroso cumpridor das Escrituras, pelo menos é assim que ele se autodenomina. Todas as pessoas que o conhecem julgam-no um ser humano equilibrado e em pleno exercício das suas faculdades mentais.
           
Bom filho, bom marido, bom pai, bom amigo... Trabalhador exemplar. Todos gostam do João.

Certo dia João recebe uma mensagem de Deus. A mensagem é uma ordem do Todo-poderoso para ele matar um infiel, ou alguém que acha que Deus não existe, alguém que acha que a crença em Deus é pura fantasia e, além disso, ridiculariza e zomba do Senhor de todo o Universo.

João tem certeza absoluta que foi Deus quem lhe falou e lhe deu tal ordem.

Veja bem: João não é um louco, e tem plena convicção de que falou com Deus, ou Deus falou com ele.

O que você acha que o João deve fazer?

Obedecer ou desobedecer a ordem de Deus?

O que você faria no lugar do João?    

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Argumento do tolo

Por Saulo Alves de Oliveira

Se todas as evidências apontarem para o evolucionismo, ainda assim eu continuarei acreditando no criacionismo.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Cinco regras simples para a vida

Por Neil deGrasse Tyson

1 - Questione a autoridade. Nenhuma ideia é verdadeira só porque alguém disse, inclusive eu.

2 - Pense por si mesmo. Questione-se. Não acredite em nada só porque você quer. Acreditar em algo não faz com que seja verdade.

3 - Teste ideias pela prova obtida após observação e experiências. Se uma ideia preferida não passar por um teste bem elaborado, está errada. Esqueça.

4 - Siga a prova aonde quer que ela o leve. Se não houver prova, não julgue.

5 - E, talvez, a regra mais importante de todas. Lembre-se, você pode estar errado. Até os melhores cientistas já estiveram errados em algumas coisas. Newton, Einstein, e todos os outros grandes cientistas da história, todos cometeram erros. Mas, é claro, eles eram humanos.

A Ciência é um jeito de não enganarmos a nós mesmos, e aos outros.

Se os cientistas pecam? Claro. Já usamos mau a ciência, assim como qualquer outra ferramenta à nossa disposição, e é por isso que não podemos deixá-la nas mãos de poucos poderosos. Quanto mais a ciência pertencer a todos nós, menor a probabilidade de ser mal utilizada.

Esses valores abortam os valores do fanatismo e da ignorância, e, afinal, o universo é basicamente escuro, com algumas ilhas de luz.

(Cosmos, temporada 1, episódio 13)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Fanáticos entrarão em êxtase ao ver um enorme cogumelo nuclear

Por Saulo Alves de Oliveira

O vídeo abaixo mostra a explosão da mais potente bomba já detonada pelos Estados Unidos. Chamava-se Castle Bravo e foi detonada no atol de Bikini, Ilhas Marshall, no Pacífico Sul, em 1954. A Castle Bravo tinha uma potência de 15 megatons, equivalentes a 15 milhões de toneladas de dinamite. O cogumelo nuclear que subiu aos céus, formado por uma mistura de fogo, fumaça e destroços atingiu uma altura de cerca de 35 quilômetros.

No entanto, a Castle Bravo não foi a mais potente bomba nuclear detonada pelo ser humano. O primeiro lugar cabe à bomba Tsar, detonada pela então União Soviética em 1961. A Tsar tinha uma potência de aproximadamente 50 megatons, equivalentes a 50 milhões de toneladas de dinamite, ou a 3.300 vezes a potência da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em 1945 sobre a cidade japonesa de Hiroshima. O cogumelo nuclear do pavoroso monstro Tsar alcançou a altura de 64 quilômetros, sete vezes a altura do monte Everest.     


Eu espero que alguns loucos, senhores deste mundo, não nos levem a um holocausto nuclear. Os sinais não são nada animadores. Por dinheiro, pelo poder ou pela religião eles fazem qualquer coisa, inclusive matar, torturar e destruir. Ironia: talvez não haja vencedores numa guerra nuclear.

Nesse contexto, e se isso acontecer, eu tenho a impressão de que alguns cristãos fundamentalistas sentirão um enorme prazer ao verem na televisão – se a sua própria cidade não for o alvo – a suprema demonstração da estupidez humana, a barbárie em seu mais alto grau, ou seja, a explosão de uma bomba nuclear, preferencialmente lançada sobre uma das grandes cidades do mundo – Nova York, Moscou, Pequim, Tel Aviv, Londres, Teerã –, sacrificando assim milhões de vidas e infligindo ao planeta enorme destruição.

Atribuem a Albert Einstein a seguinte frase: “Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus”.

E por que esse prazer mórbido?

Cumprimento das Escrituras e, consequentemente, a iminente volta de Jesus.

“E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque é forçoso que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares.”  

Do outro lado do quadro – mais uma demonstração da estupidez humana –, talvez outros loucos levantem as mãos para os céus e exclamem: “Graças te dou, oh! Pai, porque vejo o cumprimento da tua Palavra”.

Parece que alguns lunáticos estão trabalhando intencionalmente para “apressar” o cumprimento das terríveis profecias, pois só assim acontecerá, acreditam suas mentes doentias, o tão esperado Segundo Advento.