quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Qual foi a ordem da Criação?

Animais, homem e mulher, conforme Gn. 1.1 a Gn. 2.3? ¹ 

Ou homem, animais e mulher, conforme Gn. 2.4 a Gn. 2.25?

Por Saulo Alves de Oliveira

Ao ler com cuidado e isenção o Gênesis chega-se à conclusão de que há dois relatos da Criação. O primeiro começa em Gn. 1.1 e vai até Gn. 2.3. O segundo se estende de Gn. 2.4 a Gn. 2.25. Pela linguagem e pela forma como as narrações se desenvolvem tem-se a impressão de que autores diferentes os escreveram.

No primeiro relato, os animais aquáticos e as aves foram criados no quinto dia.

Ainda no primeiro relato, todos os animais terrestres foram criados no sexto dia e, em seguida, também no sexto dia (Gn. 1.24-31), foram criados homem e mulher.

No segundo relato, foi criado o homem (Gen. 2.7,15-17), depois foram criados os animais terrestres e as aves (Gn. 2.19) – nada se fala sobre os animais aquáticos – e, em seguida, a mulher (Gn. 2.21,22).

O interessante, no segundo relato, é que seu autor deixa a impressão de que Deus pretendia que Adão encontrasse uma companheira dentre os animais (Gn. 2.20).
 
Portanto, qual foi a ordem da Criação?

1) Animais aquáticos, aves, animais terrestres e, criados juntos, homem e mulher, sendo, por conseguinte, homem e mulher os últimos seres criados?

2) Ou a ordem da Criação foi: homem, animais terrestres e aves² e, em seguida, a mulher, sendo o homem o primeiro ser criado e a mulher o último?  

¹ Para quem não está familiarizado com abreviaturas bíblicas:
   Gn = livro do Gênesis
   Primeiro algarismo = capítulo
   Segundo algarismo = versículo

² Observar que, no primeiro relato, as aves foram criadas no quinto dia, anteriormente, portanto, ao próprio homem. O segundo relato não faz referência aos animais aquáticos  

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Se eu sou normal? Talvez sim, talvez não

Por Saulo Alves de Oliveira

No contexto de um elogio (sic) do jornal britânico “Financial Times” à presidente Dilma Rousseff, eis o que li a meu respeito:

Em que país você se encontra Saulo? Essa maluca está afundando o Brasil e você a elogiando, todavia faz tanta indagação acerca da palavra de Deus! Vá entender! Nela você acredita, porém em relação a Deus você parece ter muitas dúvidas. Fico abismada com as coisas que você escreve. Já tem pessoas perguntando se você é normal, se tem problemas.

De alguma forma eu senti que a minha sanidade mental estava sendo questionada visto que eu levanto alguns temas polêmicos acerca de Deus e da Bíblia.

Mas, o que é ser normal? Dependendo da definição do que é ser normal, talvez eu não seja normal mesmo. Quanto a problemas, os tenho, e muitos. Quem não os tem?

Tenho problemas com a falta de dinheiro e com alguns aspectos da minha saúde – já não sou mais um jovem de 15-20 anos.

Tenho problemas com quem mente e com a falsidade.

Tenho problemas quando dizem que a presidente está envolvida em irregularidades sem provas e com aqueles que faltam com o respeito à Presidente da República (e isso é comum em muitos crentes, ainda que a Bíblia mande respeitar as autoridades legalmente constituídas).

Tenho problemas com as crianças que vieram ao mundo pela “vontade” de Deus com defeitos físicos e com os milhares de crianças que foram mortas no Velho Testamento por ordem de Deus.

Tenho problemas com Jesus quando amaldiçoou a figueira que não tinha frutos porque não estava na estação dos frutos.

Tenho problemas com o apóstolo Paulo quando disse que as mulheres deveriam ficar caladas na igreja e só podiam falar em casa com seus maridos.

Tenho problemas porque Deus mandou o dilúvio e matou milhares de crianças e animais inocentes, e também porque Ló ofereceu suas filhas para serem estupradas, etc.

Como se pode perceber tenho muitos problemas mesmo. E isso é só uma pequena parte dos meus problemas. Se eu fosse enumerá-los todos aqui as pessoas certamente ficariam cansadas de lê-los.

Quanto a ter problemas mentais, não sei. Pode ser. Não é impossível. Isso é totalmente humano. E, até prova em contrário, eu sou um humano. Até agora, todavia, depois de quase sessenta anos de vida, minha possível insanidade ainda não foi detectada pelos que convivem comigo. Salvo alguma falha de percepção da minha parte. Ou deles. Quem sabe!

Talvez eu seja anormal mesmo por publicar uma notícia verdadeira. Não fui eu que a inventei. Talvez eu fosse “normal” se a tivesse inventado, pois essa é a prática nos nossos dias, isto é, divulgar notícias falsas, especialmente mentiras acerca de quem não se gosta.

Entretanto, se for por outras coisas que eu já publiquei, as quais escrevi do próprio punho, tudo bem, eu não vou discutir a avaliação que as pessoas fazem de mim. Apenas não vou deixar de escrevê-las e divulgá-las.