terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Os habitantes da nova Terra terão livre arbítrio?

Por Saulo Alves de Oliveira

De vez em quando eu me vejo refletindo sobre a questão do livre arbítrio. O livre arbítrio, embora tenha alguns aspectos questionáveis, me parece um tema muito mais palatável, e até certo ponto racional, do que a doutrina da predestinação, uma das coisas mais terríveis e injustas que eu já ouvi falar.  

De acordo com o criacionismo, Deus fez pessoalmente o primeiro casal e o colocou num lugar chamado Jardim do Éden, há cerca de 6.000 anos. A teologia cristã também diz que Deus os fez, homem e mulher, com o livre arbítrio, ou seja, com a capacidade de escolher ou o bem ou o mal, pois, se não tivessem livre arbítrio, os primeiros seres humanos seriam como robôs, verdadeiros autômatos, isto é, indivíduos que obedeceriam à vontade alheia e não por escolha própria. Portanto, homem e mulher obedeceriam a Deus por obrigação, não por opção. Consequentemente, não seriam felizes. Mais ou menos assim tentam justificar os defensores do livre arbítrio.

Lamentavelmente, porém, os primeiros seres humanos escolheram o mal, isto é, se rebelaram contra Deus, e, como consequência dessa escolha voluntária, toda sorte de males – doenças, injustiças, guerras, dores, fome, morte, calamidades naturais, pestes, trabalho pesado... – caíram sobre si e sobre todos os seres humanos que vieram depois, e ainda hoje a humanidade paga pelo erros de Adão e Eva.

(Desculpem-me, mas essa é uma teologia em relação à qual eu não tenho nenhuma simpatia. Eu não posso ser responsabilizado por erros cometidos por outras pessoas há cerca de 6.000 anos. Eu não posso ser responsabilizado nem ao menos pelos erros dos meus pais. Por que eu deveria sofrer as consequências de erros cometidos quando eu nem sequer existia? Eu sou responsável e devo pagar pelos meus próprios pecados.)

Todavia, de acordo com a Bíblia, Jesus veio ao mundo para redimir o ser humano e assim restaurá-lo à sua condição primeira, e essa redenção dar-se-á também com a criação de novo Céu e nova Terra, onde os salvos, isto é, os seres restaurados, irão morar. Deus restaurará a Terra à sua condição original.

Com esses pensamentos em mente, eu estava me questionando: os habitantes da nova Terra terão livre arbítrio?

Alguém pode achar que é uma pergunta tola, mas não é. Qualquer que seja a resposta ela encerra implicações profundas.

Senão, vejamos.

Se haverá livre arbítrio na nova Terra, acho que é perfeitamente razoável que se faça a seguinte pergunta: nesse lugar de criaturas livres haverá liberdade de escolha, e Deus também permitirá a possibilidade dos seres restaurados escolherem o mal, como fez no princípio?

Se a resposta for sim, isso quer dizer que também haverá a possibilidade de nova queda e aí nós poderemos entrar numa sequência interminável de quedas e restaurações.

Se a resposta for não, então haverá apenas uma restauração de todas as coisas, entretanto isso quer dizer que os seres desse novo Céu e nova Terra, preparados por Deus, não terão a liberdade de escolher o mal, portanto eles serão como autômatos, sem o direito de fazer escolhas entre o bem e o mal.

Todavia, isso nos leva a outra questão: nessa nova condição de autômatos, os seres restaurados serão felizes?

Se sim, concluo que Deus poderia ter adotado essa mesma solução no princípio da Criação, o que teria evitado, evidentemente, todos os problemas e todo mal e sofrimento que a humanidade tem enfrentado até hoje em consequência da queda dos nossos primeiros pais.

Se não, então serão autômatos e infelizes, portanto na nova Terra, no lugar que Deus preparou para os seres humanos restaurados, haverá sofrimento, haja vista que infelicidade também é sinônimo de sofrimento.

Há, talvez, outras considerações a fazer. Por exemplo: alguém pode alegar que o princípio, a causa primeva do mal, Satanás, estará preso em prisões eternas e dessa forma não poderá mais investir contra a Criação restaurada. Lamentavelmente, esse fato não resolve a questão em definitivo, posto que, se assim é, por que Deus não adotou essa solução no princípio da Criação?

Bom, acho que é melhor ficar por aqui. Parece-me que o assunto é bastante complexo. Esta pequena reflexão é só para instigá-lo a pensar... o que eu já venho fazendo há um bom tempo. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Oh! Quanto altruísmo!

Por Saulo Alves de Oliveira

Quando um cristão “salvo e remido no sangue de Jesus” (sic) chama a Presidente Dilma de anta ou o Lula de molusco, meu ser exclama: Oh! Quanto altruísmo! Esse é o verdadeiro cristão regenerado, transformado. Realmente, para ele ou ela as coisas velhas se passaram, e eis que tudo se fez novo!

Eu sei que há substantivos ou adjetivos bem mais jocosos do que estes, portanto mais compatíveis com todos os ensinamentos do mestre dos cristãos. Mas, anta e molusco, são tão legais, não é mesmo? Soam tão agradáveis. Melhor que ladrão, nove dedos, quadrilheiro, Ali Babá, etc.

É uma demonstração tão grande de amor ao próximo que me emociona. É o tipo de pessoa que vai direto para o Céu, nem sequer passa no cemitério.

Joga Fidel Castro nas profundezas do inferno e deseja que o Lula vá encontrá-lo lá em breve. Lá mesmo, na morada de Satã. Quanto amor, meu Deus! O coração dessa pessoa deve estar cheio de bondade, pois a boca fala do que o coração está cheio.

Uma demonstração de espírito muito elevado é chamar os adversários políticos de esquerdopatas. Eu vibro com isso e meu espírito também se regozija. E quando sai da boca de um pastor, melhor ainda. Eu sinto uma verdadeira explosão de alegria quando leio ou escuto tais expressões. Que belo exemplo!

É tão inspirador que às vezes eu sou tentado a seguir o exemplo desses cristãos sinceros e contritos. Ainda não cedi à tentação, mas quem sabe, em breve...

Afinal, não foi exatamente isso que Jesus ensinou?

Ele disse assim: “Quando alguém te bater na face direita, reaja com a mesma intensidade, ou melhor, com maior intensidade, de preferência com o punho cerrado, na sua face esquerda”.

Vejam só, Ele disse bata na esquerda!

É isso pessoal, os cristãos, os verdadeiros discípulos de Cristo, devem xingar e continuar xingando com veemência seus adversários políticos, pois são exemplo para o mundo, além de serem o sal da Terra.

Se o cristão não salgar, o mundo apodrece, não é mesmo?

Para que serve o sal se for insípido? Para que serve o cristão que trata a todos com respeito? Discorda com educação? E está pronto a responder com mansidão? Para nada, não é? Serve apenas para ser pisado pelos esquerdistas filhos de Satã, os quais, quer acreditem ou não, serão lançados no lago de fogo eterno.

E quando Jesus separar os bodes das ovelhas, todos os cristãos que querem acabar com a anta e esmagar o molusco, com certeza estarão entre as ovelhas.

E ouvirão as seguintes palavras: “Vinde benditos de meu Pai, para o lugar que vos está preparado desde a fundação do mundo, pois quando vós xingastes os vossos adversários, estáveis fazendo exatamente a vontade do meu Pai”.

(Aqui pra nós: bodes são os esquerdopatas, a anta e o molusco.)

sábado, 19 de novembro de 2016

Julgo que a razão é óbvia

Por Saulo Alves de Oliveira

Texto 1:
“Também fez sair o povo que estava nela, e os fez trabalhar com serras, com trilhos de ferro e com machados; e assim fez Davi a todas as cidades dos amonitas. Então voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.”

Texto 2:
“Também o povo que estava nela levou e os fez serrar com a serra e cortar com talhadeiras de ferro e com machados; e assim fez Davi com todas as cidades dos filhos de Amom; então, voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.”

Texto 3:
“Também levou o povo que estava nela e o fez passar à serra, e a picaretas de ferro, e a machados; assim fez Davi a todas as cidades dos filhos de Amom. Voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém.”  

Texto 4:

Texto 5:
“Mandou também sair o povo, que havia nela, e fez passar por cima deles trilhos e grades, e carros ferrados, até que ficassem despedaçados e esmigalhados. O mesmo fez em todas as cidades dos amonitas; e voltou para Jerusalém com todo o povo.”

Texto 6:
“And he brought out the people that {were} in it, and cut {them} with saws, and with harrows of iron, and with axes. Even so dealt David with all the cities of the children of Ammon. And David and all the people returned to Jerusalem.” (1)

Por favor, releia os textos acima e verifique se há alguma diferença entre eles.

Por mais perturbador que pareça, os seis textos citados são o mesmo versículo 3, do capítulo 20, do livro de I Crônicas, em seis versões diferentes da Bíblia. O primeiro foi retirado de uma velha Bíblia que me acompanha desde a adolescência. É uma versão da Imprensa Bíblica Brasileira de 1972.

O segundo foi retirado de uma edição Revista e Corrigida (Bíblia de Estudo Pentecostal), da Casa Publicadora das Assembléias de Deus, de 1995.

O terceiro foi reproduzido de uma edição Revista e Atualizada no Brasil, da Sociedade Bíblica do Brasil, de 1993.

O quarto é uma versão da Sociedade Bíblica Britânica, em português.

O quinto foi copiado de uma Edição Ecumênica, tradução do Padre Antônio Pereira de Figueiredo, da Encyclopaedia Britannica Publishers, de 1986.

Já o texto de número 6 é uma versão em inglês da famosa Bíblia King James. Como eu não encontrei uma versão oficial da King James em português, segue abaixo uma tradução livre (1). Se alguém conhece bem o inglês e tem alguma correção ou sugestão a fazer, é um prazer recebê-la. 
 
Não é necessário ser um grande conhecedor do português nem um grande estudioso da Bíblia, um exegeta, para perceber que as seis versões não dizem a mesma coisa.

Em I Crônicas 20.1,2,3 está registrada uma incursão que o exército de Israel fez contra a terra dos amonitas, arrasando-a sob as ordens de Joabe, comandante do exército do mais famoso rei de Israel, o celebrado rei Davi.

Da minha velha Bíblia compreende-se que Davi escravizou os amonitas e fê-los trabalhar com serras, talhadeiras de ferro e machados. Escravizar um povo é uma atitude que agride a moral e é inaceitável nos dias atuais, mas compreensível para a época em que Davi viveu. Uma época bárbara e de atitudes igualmente bárbaras. Compreensível para aqueles dias, todavia, sendo Davi um “homem segundo o coração de Deus”... sem mais comentários.

Os textos 2 e 3 parecem dúbios. Não fica claro se Davi os escravizou ou se os matou serrando-os com a serra e cortando-os com talhadeiras ou picaretas de ferro e machados. Para os críticos mais radicais talvez eu esteja sendo condescendente com essas duas traduções.

Nos textos 4 e 6 fica evidente que Davi mandou matá-los de forma cruel, cortando-os com serras, com talhadeiras e grades de ferro e com machados.

Quanto ao texto 5, é de uma monstruosidade sem par. Se a versão do Padre Antônio Pereira de Figueiredo é a correta, Davi simplesmente trucidou um povo, reduzindo seres humanos a pedaços, passando sobre eles com trilhos, grades e carros. Foi uma atitude só comparável à tirania dos piores déspotas de todos os tempos. E não o fez só uma vez. Se a versão do Padre Antônio Pereira de Figueiredo é a correta, não acredito que aquele seja o mesmo Davi chamado de “o homem segundo o coração de Deus”, e certamente ele não é digno de estar incluído entre os heróis relacionados em Hb.11.

Quem se deu ao trabalho de ler até aqui, pode estar se perguntando: “Por que esse comentário?”

Em um comentário anterior “Cristãos versus cristãos” eu afirmei que as divergências de interpretação da Bíblia ou as inúmeras doutrinas divergentes dos vários segmentos cristãos, todos tendo a Bíblia como base, são um dos grandes problemas do cristianismo. Lamentavelmente, não é o único. As diversas traduções da Bíblia também o são.

Alguém pode afirmar: “A culpa é do homem, que é falho. Quem pegou na pena para escrever foi o homem. Quem traduziu foi o homem. Quem cometeu erros de tradução foi o ser humano”. Isso é perfeitamente compreensível para quaisquer livros, mas não para a Bíblia.

Julgo que a razão é óbvia. Ou não?

(1) E ele trouxe fora as pessoas que estavam nela, e cortou-as com serras, e com talhadeiras de ferro, e com machados. Igualmente assim procedeu Davi com todos as cidades dos filhos de Amom. E Davi e todo o povo retornou para Jerusalém. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Amai (ou odiai?) os vossos inimigos

Por Saulo Alves de Oliveira

Eu vi um pastor, um dos mais respeitados e de grande credibilidade, compartilhar uma campanha para cassar os direitos políticos da Presidenta Dilma Rousseff – é isso mesmo, não estou enganado, um pastor. 

Alguém pode estranhar o fato de eu realçar a palavra “pastor”. O pastor é um ser humano como outro qualquer, sujeito a falhas e virtudes, com os mais diversos interesses, às vezes bons, às vezes maus. Eu sei disso. Eu fui criado num lar cristão evangélico, meu pai foi pastor, eu convivi com vários pastores.

Todavia, pastor para mim, em tempos que não voltam mais, estava numa outra dimensão. Há razão pessoal para essa ênfase, mas não vem ao caso tecer comentários agora. Às vezes o tempo do verbo numa frase é fundamental para se entender uma afirmação.

Aí eu me lembrei de uma história que é muito comentada e comemorada nos púlpitos das igrejas. Todas as crianças, filhos ou filhas de pais evangélicos, ouvem essa edificante história nas aulas da Escola Dominical ou nos cultos domésticos. Aconteceu há milhares de anos quando Israel começava a se tornar uma monarquia sob o reinado de Saul, seu primeiro rei.

Dois exércitos estavam prestes a entrar em guerra, os filisteus e os israelitas.

Da parte dos filisteus apresentou-se um homem de nome Golias, todo equipado para a guerra, com capacete, couraça, caneleiras, escudo, espada e lança, e seu escudeiro ao lado. Conhecido como o “gigante” Golias, pois tinha cerca de 2,90 m, o filisteu provocava Israel para que apresentasse um guerreiro para lutar com ele. Só havia uma regra: “Se ele pelejar comigo e me ferir, seremos vossos servos; porém, se eu o vencer e o ferir, então sereis nossos servos e nos servireis”.

Um jovem pastor, de ovelhas, chamado Davi apresentou-se para lutar com o “gigante”. Suas armas: um cajado, uma funda e cinco pedras lisas.

Ao aproximarem-se, os dois homens travaram um breve diálogo e, em seguida, Davi atirou, com sua funda, uma pedra que atingiu em cheio a testa do filisteu, que caiu com o rosto em terra.

Todavia, parece que Davi não se contentou em ver aquele corpanzil no chão já abatido e liquidado – talvez, agonizando, ainda dava alguns sinais de vida –, então resolveu, como havia prometido anteriormente na breve conversa com o filisteu, cortar-lhe a cabeça. Era preciso matar e ter certeza que o inimigo estava morto. E o jovem e inexperiente Davi não teve nenhuma contemplação. Decepou a cabeça do inimigo e a ofereceu ao rei Saul.

Algumas histórias bíblicas, de tão violentas e chocantes, me causam um certo incômodo.

Parece que hoje há esse mesmo sentimento, até entre pastores, e ovelhas também, é preciso abater o adversário, mas não basta só isso. É preciso abatê-lo, humilhá-lo, cortar sua “cabeça” e servi-la numa bandeja à malta sedenta de sangue. Só assim se tem a certeza de que o inimigo não mais voltará.

Se os tempos fossem outros, talvez os familiares do adversário tivessem o mesmo destino, e suas propriedades fossem derrubadas e destruídas, e sal grosso fosse espalhado em suas terras, para que, em tempo algum, nem a mais forte das sementes ali brotasse.

Cumprem-se assim as palavras de Jesus: “Amai os vossos inimigos”.     

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Objetivo: remover o obstáculo

Por Saulo Alves de Oliveira

Primeiro, caçada implacável ao Lula e ao PT, que ainda está em andamento. Definiram previamente o “criminoso”. Em seguida resolveram vasculhar toda a vida da “vítima” e dos seus familiares com o intuito sórdido de encontrar qualquer coisa que pudesse ser, de alguma forma, mesmo que remotamente e sob distorção, qualificada como crime. Quanto aos outros partidos e seus membros... não vem ao caso.

Este operário “analfabeto”, um simples torneiro mecânico, ex-retirante nordestino, que chegou ao poder e fez um governo muito melhor que o doutor, poliglota, de estirpe nobre, professor na Universidade de Paris, não podia ter chegado à Presidência da República. Isso é um acinte à nobreza tupiniquim, portanto não pode ficar impune. Sua ousadia ao tirar o Brasil da condição de mero expectador, vassalo dos Estados Unidos, e elevá-lo à condição de protagonista entre as grandes nações, reconhecido e respeitado em todo o mundo, tem de ser punida exemplarmente, para que outros não resolvam seguir seu exemplo e passem a confrontar também os senhores da Terra e seus capitães do mato aqui no vice-reino.
 
Então, é assim: define-se, previamente, quem será o criminoso, depois encontra-se o crime. E se não encontrar? Dá-se um jeito. Para que serve a Teoria do Domínio do Fato? Se uma ministra da Suprema Corte diz “Não tenho prova cabal contra o acusado, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”, o que mais se pode esperar da (in)justiça deste País? Não tenho provas do crime, mas tenho convicção. É a condenação de alguém baseada na fé do acusador ou do juiz. 

São novos e alarmantes tempos. Tempos de exceção.

Depois foi a destituição da Presidenta Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade.

Em seguida assume o poder o golpista usurpador e seus gafanhotos, canalhas até a alma no genuíno sentido da palavra, que arrasam quaisquer plantações, para concluir o trabalho antipatriótico e sujo que FHC começou lá atrás. A ordem é entregar tudo o que for possível. É fragilizar ainda mais a educação e a saúde. Povo sem saúde e educação é um povo muito mais fácil de ser manipulado.

Agora começam a entregar o pré-sal às empresas internacionais, como foi prometido por figuras nefastas que estão neste governo, que nunca deixará de ser interino.

Apesar de todos os erros cometidos, o PT no poder era o único obstáculo ao ímpeto dos entreguistas das riquezas da Nação.

É, parece que o produto está saindo melhor do que a encomenda dos senhores da Terra. São aqueles mesmos que mandam e desmandam no mundo. Que não têm qualquer escrúpulo ao inventar mentiras para justificar suas agressões a outras nações de menor poder de dissuasão. Aqui não precisou de agressão bélica. Bastou trabalhar nos bastidores para levar ao poder seus “capitães do mato”.

A Vaza a Jato está conseguindo destruir, não a corrupção, é claro, pois esse nunca foi seu objetivo. O objetivo era remover o obstáculo.      

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Por que o Deus de bondade infinita criou um mundo tão mau?

Por Saulo Alves de Oliveira

Há alguns dias eu estava assistindo a um filme sobre as Cruzadas. As Cruzadas eram movimentos militares de inspiração cristã que tinham como objetivo libertar a Palestina e Jerusalém do domínio muçulmano entre os séculos XI e XIII.

Dois grupos religiosos, cristãos e muçulmanos, que se matavam cruelmente, ambos julgando-se certos e a serviço de Deus. Isso é o que mais me incomoda.

Lamentavelmente, a história da humanidade ao longo dos séculos, mesmo Independentemente de qualquer religião, tem sido um espetáculo chocante de crueldades, torturas, mortes e injustiças. Neste momento, em várias partes do mundo, isso ainda acontece.

Ao refletir acerca desses fatos, um só sentimento toca profundamente minha alma: tristeza. Não precisava ser assim. E um forte questionamento me sobe à mente. Talvez alguns se choquem com isso, mas é mais forte do que eu, pois eu não tenho controle sobre o que se passa dentro do meu espírito. Eu posso até evitar externá-lo, mas não posso evitar ser tomado por tal questionamento.

Por que o Deus de bondade infinita criou um mundo tão mau?

Não adianta responder com o livre arbítrio, pois Deus com certeza não precisava criar o ser humano. Deus não precisava criar num cantinho insignificante do Universo um bichinho que se destrói a si próprio, destrói os outros seres vivos e a própria Natureza.

Essa pergunta não faz sentido, por razões óbvias, se você é um ateu. Entretanto, se você é um crente, que crê na Bíblia evidentemente, acho que faz sentido sim. A resposta à pergunta não é simples nem curta, portanto só vou tangenciá-la.

Todos somos humanos, portanto limitados. Quando planejamos qualquer coisa para o futuro sabemos que pode dar errado, mas mesmo assim, acreditando na possibilidade de dar certo, vamos em frente. Às vezes alcançamos o sucesso, às vezes somos surpreendidos pelo fracasso. Não tenho receio em afirmar que, se tivéssemos conhecimento do futuro, não faríamos coisa alguma que viesse resultar em fracasso. Assim não acontece com Deus. Ele não faz qualquer coisa acreditando na possibilidade de dar certo ou errado. Ele faz sabendo exatamente o que vai acontecer. Caso contrário Ele não seria Deus.

Portanto, quem criou Lúcifer sabendo que ele se revoltaria contra o próprio Deus e bagunçaria a criação?

Quem criou Adão e Eva sabendo que estes desobedeceriam às ordens de Deus, o que acarretaria toda sorte de males que sobreviriam sobre a Terra? Falo como um criacionista, embora não o seja.

Quem criou Caim e Abel sabendo que o primeiro mataria o segundo, dando-se assim o primeiro homicídio da história da humanidade?

Quem destruiu a humanidade com o dilúvio por causa da maldade, salvando apenas oito pessoas para perpetuar a espécie humana, mesmo sabendo que os seres humanos mais uma vez seguiriam seus próprios caminhos maus?

Quem criou a humanidade sabendo antecipadamente que essa mesma humanidade não daria certo?

Quem criou a humanidade sabendo de todo o mal que lhe sobreviria, tais como: ciúmes, invejas, torturas, guerras, assassinatos, estupros, doenças, calamidades, pestes, fome... e toda sorte de maldade que já aconteceu e ainda acontecerá na Terra?

Quem criou a humanidade mesmo sabendo que, no futuro, lançaria no inferno grande parte dos seres humanos por toda a eternidade? Falar em condenação eterna me faz vir à mente outra questão complexa, porém fica para outra oportunidade.

Deus sabia de tudo isso e mesmo assim tudo criou, inclusive o Diabo.

Se você fosse Deus, você teria criado?

Foi assim, refletindo sobre tudo isso que eu perguntei: “Por que o Deus de bondade infinita criou um mundo tão mau?”

Se há uma explicação racional que responda à pergunta, ótimo.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O "deus" de Janaína Paschoal

Por Saulo Alves de Oliveira

A Sra. Janaína Paschoal teve a ousadia – ou seria o mau-caratismo? – de envolver Deus na farsa do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.

Pelo que eu sei ela declarou que recebeu, do PSDB, R$ 45.000,00 para participar do golpe. Então, me parece que o deus dessa senhora é o PSDB.

Bom, pode ser que o deus dela seja um outro deus, Mamon, por exemplo.

Se o deus dessa senhora interferiu nesse processo fraudulento, ao usar uma corja de crápulas, começando com o Sr. Eduardo Cunha e o Aécio Neves, para apear do poder uma mulher honesta, deve ser uma entidade desprezível que se rebaixa ao nível dos algozes da Dilma.

Portanto, o deus da Sra. Janaína Paschoal não me representa e eu não tenho o menor interesse em ter com ele qualquer relacionamento.        

sábado, 13 de agosto de 2016

Agora é a vez do Pokémon GO

Por Saulo Alves de Oliveira

Certa vez alguém do meu círculo familiar mais próximo, ao se desequilibrar e cair quando descia os quatro ou cinco degraus de uma escada, disse que o Diabo o havia empurrado. Eu sou do tempo em que a televisão era considerada algo maligno. Jogar futebol ou ir ao cinema, nem pensar, pois, por mais absurdo que hoje possa parecer, também eram atitudes classificadas dentro do espectro da ação do Diabo. E passear numa praça? Era pecado!

Algumas pessoas têm uma tendência quase doentia para satanizar muitos aspectos ou circunstâncias da vida. Tais pessoas veem o demônio em tudo.

Esse fato realmente me impressiona, sobretudo porque não estamos mais na Idade Média com todo o seu obscurantismo. Estamos em pleno século 21.

E o que é pior: não se trata apenas de pessoas ignorantes, pois muitas delas têm boa formação intelectual. Grande parte tem formação superior, pós-graduação e não poucos são mestres ou doutores.

Já foram demonizadas antigas histórias infantis de reis, rainhas e princesas; músicas tocadas em rotação inversa e ouvidas nos velhos discos de vinil; os filmes da série Harry Potter; já foram demonizadas até plantas como a espada-de-são-jorge ou mesmo imagens formadas por nuvens no céu. Poderiam ser citados muitos outros exemplos.

A bola da vez é o “Pokémon GO”.

Eu não estou querendo afirmar que o jogo ou brincadeira do “Pokémon GO” não tem aspectos negativos e que, portanto, as pessoas não deveriam evitá-lo. Se realmente é verdade que este jogo pode causar algum prejuízo, de qualquer ordem... mas aí são outros quinhentos.

O que eu critico é essa mania infantil e tosca que alguns religiosos têm de ver o Diabo em tudo, isto é, de dar uma conotação espiritual ou sobrenatural àquilo que é simplesmente humano ou natural.

Eu sei que a religião tem aspectos muito bons, mas às vezes a religião, a partir do fanatismo, infantiliza mentes adultas. Obviamente, “infantiliza” aqui é apenas um eufemismo, todavia, por respeito a quem pensa diferente, deixo infantiliza mesmo.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Paulo e o silêncio das mulheres

Por Saulo Alves de Oliveira

Se você é uma pessoa – me refiro especialmente aos cristãos de um modo geral e aos evangélicos em particular – que faz questão de não se deter nas “dificuldades bíblicas”, certamente o tema abaixo não lhe interessa. Entretanto, ele diz respeito a todas as mulheres e deve interessar a todos aqueles que se preocupam com os direitos femininos. 

O apóstolo Paulo ensinou – ou seria ordenou? – que as mulheres não têm o direito de falar nas igrejas e, portanto, devem se manter caladas. Dúvidas? Leia os textos abaixo:

“... Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja” – 1 Co. 14.33,34,35.

 “A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio” – 1 Tm. 2.11,12.

Bom, para mim não resta nenhuma dúvida acerca do que Paulo escreveu.

Diante dessa ordenança bíblica, pergunto a quem afirma que devemos cumprir as Escrituras do Gênesis ao Apocalipse, isto é, do “No princípio criou Deus os céus e a Terra” ao “A graça do nosso Senhor Jesus seja com todos”, e que ao mesmo tempo se interessa por este tema: por que em muitas igrejas atualmente as mulheres falam, ensinam, pregam, coordenam, presidem reuniões diversas ou cultos e, em muitos casos, são pastoras?

Tal comportamento não estaria em desacordo com a Bíblia? Ou o ensinamento de Paulo não é mais para os nossos dias?  

Bom, acho que há algumas considerações a fazer sobre o tema.

Segundo o Dr. Bart D. Ehrman, especialista em Novo Testamento, igreja primitiva e manuscritos antigos – autor do livro O que Jesus disse? O que Jesus não disse? –, alguns estudiosos acreditam que os versículos 34 e 35 do capítulo 14 de 1 Coríntios não foram escritos por Paulo, mas foram acrescentados por copistas como uma espécie de nota marginal, portanto não faziam parte da epístola original de Paulo. Tanto é que em alguns manuscritos essa anotação (versículos 34 e 35) aparece depois do versículo 33 e em outros aparece depois do versículo 40. Infelizmente, sabe-se que não existem os originais dos livros da Bíblia, mas cópias de cópias de cópias de cópias...

Como havia uma grande polêmica acerca da participação das mulheres nas igrejas nos primórdios do cristianismo, tais copistas, favoráveis à discriminação das mulheres, teriam acrescentado essa nota que depois teria sido repassada como sendo de autoria de Paulo, o que lhe conferia autoridade apostólica. Realmente, parece ter sentido essa observação, pois, se os versículos 34 e 35 forem retirados do contexto, em nada prejudica o tema que Paulo tratou no capítulo 14.

Na realidade, para coerência do tema relacionado às mulheres melhor seria que os versículos 34 e 35 não estivessem no texto bíblico.

Admitindo-se, entretanto, que o próprio Paulo é o seu autor parece haver uma incoerência entre os versículos 34 e 35 e o que o apóstolo escreveu no mesmo livro de 1 Coríntios um pouco mais atrás no capítulo 11, versículo 5, quando ele admite que as mulheres orem e profetizem na igreja.

Não sei se Paulo quis dizer que as mulheres deveriam ficar exatamente "mudas" ou "silentes", entretanto fica claro que elas não podiam ensinar ou ter ascendência sobre os homens nas igrejas.

Na tentativa de desfazer o entendimento de que Paulo discriminava as mulheres, conforme 1 Coríntios e 1 Timóteo, há quem utilize o texto de Romanos 16 para mostrar que o apóstolo tinha as mulheres em alta conta. Até concordo que ele tinha grande consideração pelas mulheres, entretanto o fato de Paulo citar e elogiar várias mulheres, as quais certamente muito o ajudaram, não quer dizer que ele aceitava que as mulheres tivessem ascendência sobre os homens e que falassem nas reuniões da igreja primitiva.   

No que diz respeito ao capítulo 16 de Romanos, não me parece haver nenhuma incompatibilidade com os ensinamentos em 1 Co. 14.34,35 e 1 Tm. 2.11,12, exceto, talvez, em relação a Júnia ou Júnias.

A primeira mulher citada pelo apóstolo chamava-se Febe. O texto diz que ela era diaconisa, ou serva em algumas versões, o que não caracteriza que ela obrigatoriamente ensinava ou tinha, na igreja, atividades que eram prerrogativas dos homens. Tanto é que em 1 Tm. 3.8-10 Paulo diz quais são as qualidades dos diáconos e, alguns versículos antes (2.11,12), ele escreveu que as mulheres não podiam ensinar nem ter domínio sobre os homens. Caso contrário, seria uma flagrante contradição do apóstolo.

Quanto ao fato do nome "Priscila" preceder o de "Áquila", pode ter algum significado ou não. Não se sabe exatamente o motivo dessa deferência (?). Entretanto, tal fato em nada contradiz de forma inquestionável os ensinamentos de Paulo quanto aos limites da participação das mulheres na igreja nos primeiros séculos da era cristã.

Quanto às demais mulheres citadas, Paulo apenas as elogia e reconhece seu trabalho e sua dedicação, portanto nada que contrarie os ensinamentos atribuídos a ele em 1 Coríntios e 1 Timóteo.

Já em relação a Júnia (nome feminino) ou Júnias (nome masculino) as coisas se complicam um pouco. Algumas traduções referem-se a "Júnias", apesar de que, tudo indica, a forma masculina "Júnias" não era um nome muito comum no mundo antigo.

Se o nome era "Júnias", como consta em algumas traduções, a questão está resolvida, pois Paulo estaria se referindo a dois homens, Andrônico e Júnias, "...bem conceituados entre os apóstolos..." – Rm 16.7.

Se o nome era realmente "Júnia", uma mulher, que era apóstola, parece haver uma contradição em relação a 1 Co. 14.34,35 e 1 Tm. 2.11,12, o que reforça a suspeita de que os versículos 34 e 35 do capítulo 14 de 1 Coríntios foram uma inclusão feita por copistas. Também há questionamentos quanto a autoria de 1 Timóteo, que pode não ter sido do apóstolo Paulo.

Há ainda traduções de manuscritos que, para evitar dúvidas, dizem o seguinte: "Saudai a Andrônico e Júnia, meus parentes; saudai também meus companheiros de prisão, apóstolos eminentes". Dessa forma, ninguém precisa se preocupar com o fato de uma mulher ser citada em meio a um grupo de apóstolos homens.

Na realidade, tudo isso, e outras coisas mais, deixa claro que a Bíblia, lamentavelmente, não é um livro objetivo e por isso dá margem às mais diversas interpretações, o que é intrigante e bastante incômodo por se tratar da Palavra de Deus.

Concluindo, esclareço ainda que nada do que foi citado acima interfere na visão que eu tenho da participação das mulheres em quaisquer atividades humanas.

Independentemente dos textos citados serem ou não de autoria de Paulo, minha visão é que não se pode mais, hoje, reservar à mulher uma posição de subserviência ou de coadjuvante. Elas podem e devem ocupar quaisquer espaços em pé de igualdade com os homens.

sábado, 25 de junho de 2016

Não havia crianças em Sodoma e Gomorra?

Por Saulo Alves de Oliveira

Em um passado remoto, segundo o Gênesis, Deus resolveu destruir as cidades de Sodoma e Gomorra com todos os seus habitantes. Motivo: “...porquanto o seu pecado se tem agravado muito...” – Gn. 18. 20.

Previamente, no entanto, Deus decidiu comunicar ao patriarca Abraão aquela sua decisão que encerrava gravíssimas consequências.

Ao tomar conhecimento daquela tragédia iminente, Abraão dialoga com Deus e faz vários questionamentos. Após um interessante diálogo com o patriarca, o Senhor diz que não destruiria as cidades se lá fossem encontrados pelo menos 10 justos.

Supõe-se, evidentemente, que o Senhor não encontrou os 10 justos, pois as duas cidades e todos os seus moradores foram destruídos pelo fogo caído do céu, poupando-se apenas Ló, sua mulher e suas duas filhas. Na realidade, segundo o relato bíblico, a mulher de Ló também morreu, pois, ao olhar para trás, ficou convertida em uma estátua de sal.

Quem se interessar pode ler ou relembrar a história no livro do Gênesis, capítulos 18 e 19.

Após meditar sobre a história de Ló, essas são as reflexões que invadem a minha mente:

- Tratando-se de dois ajuntamentos humanos, é lógico admitir que havia crianças em Sodoma e Gomorra;

- Se havia crianças, é plenamente aceitável admitir que havia seres inocentes;

- Se havia seres inocentes, penso que é correto admitir que, se eram inocentes, aqueles seres eram justos.

(Vou me abster de fazer referência aos animais)

- Portanto, se havia crianças em Sodoma e Gomorra, por que mesmo assim o Senhor destruiu totalmente as duas cidades, matando todos os seus moradores?  

Eu já li a seguinte justificativa – para essa situação inaceitável sob o ponto de vista moral de qualquer povo minimamente civilizado: inocente não quer dizer obrigatoriamente não ímpio. Portanto, Deus destruiu todos os ímpios, e aquelas crianças, apesar de inocentes, também eram ímpias (sic). O que vem confirmar as minhas observações ao longo dos anos: dada uma determinada situação, por mais absurda que seja, se está na Bíblia, alguém sempre encontra uma forma de justificá-la. Tenho a impressão de que dá-se aí uma tentativa de acalmar a própria consciência ou alcançar, a qualquer custo, o beneplácito do Criador.

Há quem justifique até a terrível ordenança de I Sm. 15.3: “Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos”. E, para contornar a dificuldade, levanta-se a hipótese de linguagem hiperbólica, isto é, não era bem aquilo que o Senhor ordenara. Um verdadeiro exercício de contorcionismo mental para justificar algo que já está evidente.

Na realidade, o texto é claríssimo. Leia todo o capítulo de I Sm. 15 e você verá inclusive que Saul foi rejeitado como rei de Israel porque não cumpriu toda a ordem do Senhor, pois preservou o melhor do rebanho. Deus mandou destruir tudo, tudo mesmo, inclusive as crianças e os recém-nascidos (sic).

Eu não entendo como crianças podem ser ímpias, dadas as seguintes palavras de Jesus: “Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino dos céus”. Você entende? Ímpios podem herdar o reino dos céus? Bom, para os judeus certamente essa declaração não tem nenhum valor. Ou, nesse caso, Jesus se referia apenas às crianças judias?

Para sair desse cerco, talvez alguns usem a porta de Dt. 29.29 e se satisfaçam. Quanto a mim, continuarei insistindo na pergunta. Quem sabe um dia eu encontre uma resposta razoável. 

sábado, 18 de junho de 2016

Aguardando provas

Por Saulo Alves de Oliveira

Não acredite em ninguém de forma incondicional, ainda que se trate de uma autoridade, quer seja um pastor, padre, rabino, imã, cientista, professor, político, seus próprios pais, etc.

Qualquer afirmação pode e deve ser questionada se não forem apresentadas evidências convincentes.

Portanto, questione tudo o que for dito a você e peça que lhe sejam apresentadas as evidências do que foi afirmado.

E lembre-se sempre: afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.  

Isso se chama questionar os “argumentos de autoridade”.

Se não lhe forem apresentadas evidências convincentes, a princípio não tome a autoridade por mentirosa, no máximo deixe tudo numa "gaveta" chamada "aguardando provas".

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Se recorreu a um ser humano, seja honesto...

Não diga que foi Deus.

Por Saulo Alves de Oliveira

Ao longo dos anos, eu venho percebendo muitas coisas interessantes e às vezes incoerentes no meio dos crentes. Uma delas é a que se segue.

É comum se afirmar, com fundamento na Bíblia, que Deus, através da oração, resolve tudo. Mas tudo mesmo. De uma simples dor de cabeça a uma grave doença, de um problema familiar até uma intrincada questão na justiça. E por aí vai.

De repente, alguém começa a enfrentar uma certa dificuldade. Então, em vez de fazer como Jesus ensinou – “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” -, a pessoa liga para deputado Fulano, que por sua vez liga para deputado Beltrano, que liga para determinado diretor, juiz, político, secretário, ministro, etc. e de imediato o problema é resolvido.

Talvez em algumas situações tal procedimento até se justifique. Portanto eu não quero criticar quem age assim. Quem sabe um dia eu também venha a necessitar da ajuda de alguém! Espero que não, mas, como se diz popularmente: “O mundo dá muitas voltas”. A minha crítica, entretanto, é outra.

O que me incomoda é quando alguém, depois de recorrer a uma cadeia de comando humana, na qual há vários interesses envolvidos, inclusive políticos, vem a público afirmar que foi Deus quem interferiu e resolveu seu problema.

E há quem acredite nisso. Há crença pra tudo neste mundo! Se você assim acredita, e pensar dessa forma lhe satisfaz, seja feliz meu amigo. Quanto a mim... prefiro parar por aqui.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

P ríncipe S abotador da D emocracia B rasileira

Por Saulo Alves de Oliveira

Duas pessoas conversando atrás de mim ontem no supermercado.

Eu estava escolhendo batata inglesa. As batatas não estavam muito boas e eu estava preocupado em encontrar os melhores exemplares. Inclusive tive de me abaixar diversas vezes para procurar na parte posterior da caixa cujo acesso era meio complicado, pois ficava embaixo de outra caixa. Só entendi bem estas duas frases: 

(...)

- Você acha que Deus está por trás dos últimos acontecimentos no Brasil?

- Você se refere a qual Deus?

(...)

Assim que terminei de escolher as batatas me virei e não vi mais ninguém. Estaria eu delirando? Quem sabe!

Pela modulação da voz na segunda pergunta eu percebi que esse "deus" tinha algo de diferente.

E por isso fiquei me perguntando: “O que será que o segundo interlocutor quis dizer?”

Será que ele se referia a Deus ou a deus?

Eu sei que há muitos “deuses” operando hoje no Brasil, dentre os quais Mamon, Vice, Judas, Cunha, Farsa, Mendes, Golpe, Faia, DEM e Ônio, Bolso e Naro,... são tantos! Acho melhor ficar por aqui.

Estariam todos juntos numa unidade diabólica denominada Príncipe Sabotador da Democracia Brasileira?

domingo, 1 de maio de 2016

Quando Jesus voltará?

Por que Ele não voltou até o fim do século II da Era Cristã?

Há muitos textos intrigantes e instigantes na Bíblia. Para mim os versículos a seguir se encaixam perfeitamente nesses adjetivos.

Jesus disse aos seus discípulos as seguintes palavras:

Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras. Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino – Mt. 16.27, 28.

Essas palavras de Jesus foram proferidas por volta do ano 30 da Era Cristã, portanto já se passaram quase dois mil anos.

Mesmo admitindo-se que alguns dos presentes àquela reunião eram crianças de colo, também me parece razoável admitir que por volta do ano 150 da Era Cristã provavelmente todos já estavam mortos.

Admitamos, contudo, que algumas daquelas possíveis crianças eram muito saudáveis e cheias de vigor e que, portanto, ultrapassaram os 120 anos de idade. Ainda assim não me parece uma impropriedade ou uma afirmação absurda dizer que no fim do século II da Era Cristã, portanto 170 anos depois, já estavam mortos todos os presentes àquela singular reunião com Jesus.

Penso que não preciso dizer mais nada para justificar as palavras intrigantes e instigantes que usei no primeiro parágrafo. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Melhor ser um aborto

Por Saulo Alves de Oliveira

Vivemos em um Universo com quatro dimensões, sendo três dimensões de espaço e uma quarta dimensão que é o tempo. Neste Universo nós não podemos escolher, antes do nascimento, quem seremos no futuro, qual será o nosso caráter, a nossa personalidade, os valores que admiramos. Tudo isso acontecerá após o nascimento e ao longo do nosso crescimento físico e mental. Essa é a realidade, até onde sabemos.

Seria bom escolher o futuro? Não sei.

Suponhamos, todavia, num exercício de especulação mental, que existe um outro Universo em quatro ou mais dimensões de espaço, paralelo ao nosso. Alguns cientistas já estudam essa possibilidade. Se existe esse Universo, pelo que se sabe, nós não podemos enxergar os seres que nele habitam, mas eles sabem que nós existimos e podem nos ver.

Imagine que esse Universo paralelo é um mundo preparatório para introdução ao nosso Universo. Lá, todos nós, ainda como pré-humanos, vivemos em uma espécie de hibernação, sem consciência, e só somos despertados desse estado de inconsciência, que pode durar milhares ou até milhões de anos, momentos antes de sermos transferidos para a Terra. 

Lá existe um ambiente muito especial, uma espécie de laboratório com vários armários. Em cada armário há caixas numeradas em ordem crescente. Em cada caixa há quatro pequenas cápsulas. Em cada cápsula estão colocadas todas as características que definem determinado ser humano que em qualquer momento da história habitará nosso planeta. O conteúdo de uma cápsula é depositado no zigoto – ou célula-ovo – exatamente no momento da concepção aqui na Terra e define quem ou como será cada ser humano.

O chefe do laboratório, um certo Dr. YaXa2, é um ser com características especiais, que pode fazer a ligação entre os dois Universos. Sua principal função é introduzir o conteúdo de uma cápsula em cada novo ser.

Cada cápsula tem o nome de uma pessoa que habitará a Terra, com as respectivas características pessoais, morais, boas ou más, por exemplo: Moisés, o legislador hebreu, Paulo, o apóstolo, Nero, Isaac Newton, Maria Antonieta, Hitler, Anne Frank, Gandhi, Madame Curie, Che Guevara, Severina, João, José, Lúcia... e todo e qualquer ser humano que se possa imaginar.

Imagine que, de alguma forma, exatamente antes da concepção, todos temos o direito de escolher, de modo limitado, é verdade, quem gostaríamos de ser.

Chegou a sua vez de entrar no nosso Universo, ocasião em que seu pré-você receberá todas as características que o definirão. Os auxiliares do Dr. YaXa2 fazem-no despertar e o preparam para o processo de transferência.

Há, entretanto, um detalhe importante: a ordem das caixas que contêm as cápsulas não pode ser alterada. Portanto, Dr. YaXa2 pega obrigatoriamente a primeira caixa ainda não aberta, e que corresponde ao seu número – 22.537.491.002. Dentro dela há quatro cápsulas com os nomes de Eduardo Cunha, Gilmar Mendes, Jair Bolsonaro e Michel Temer.

A caixa seguinte contém as cápsulas Albert Einstein, Galileu Galilei, Nelson Mandela e Oscar Niemeyer. Por muito pouco seu pré-você perdeu uma grande oportunidade. 

Dr. YaXa2 se dirige a seu pré-você e pergunta: quem pré-você gostaria de ser?

Seu pré-você não tem outra alternativa. Obrigatoriamente terá de escolher uma dessas cápsulas, cujo conteúdo será depositado no zigoto que dará origem a você. Infelizmente seu pré-humano é um ser sem sorte.

Depois de ler todas as características de cada cápsula projetadas em uma enorme tela à sua frente, seu pré-você escolhe a cápsula de nome Jair Bolsonaro. Poderia ter escolhido qualquer uma das outras três. Realmente, qualquer que seja a opção, seu pré-você é um ser extremamente sem sorte.

No exato momento em que o espermatozoide do seu pai penetra o óvulo da sua mãe Dr. YaXa2 introduz o conteúdo da cápsula Jair Bolsonaro na célula-ovo que dará origem a você. Para sua desventura, o que é lamentável, você nascerá e será Jair Bolsonaro.

Mas, espere um pouco! Não fique assim tão triste. Felizmente você ainda terá uma chance para remediar tal desastre.

Em algum momento entre a concepção e o instante imediatamente anterior ao seu nascimento você será obrigado a fazer mais uma escolha. Ser-lhe-á perguntado: você realmente quer nascer Jair Bolsonaro – o raciocínio aqui vale também para Eduardo Cunha, Gilmar Mendes ou Michel Temer – ou quer ser abortado?

Pergunta crucial: qual seria a sua opção?

Bom, a minha eu acho que já está clara.