segunda-feira, 13 de julho de 2015

Corrente da Oração de Ana¹

Por Saulo Alves de Oliveira

No grande templo, Maria esperava sua vez na fila. Ela, o marido e um bebê de poucos meses.

O bispo, pastor – ou seria apresentador? –, com seu jeito matreiro e muito bem ensaiado de outros “shows”, vai chamando um a um os fiéis.

Finalmente chegou a vez de Maria.

– Qual o seu nome?, pergunta o apresentador.

– Maria, responde a fiel.

– Conte o seu milagre Maria, diz o avatar de sacerdote.

“Eu tenho 10 anos de casada e durante 9 anos tentei e não consegui engravidar. Então participei da ‘Corrente da Oração de Ana¹’ e aqui está o resultado.” Maria aponta para uma criança de meses nos braços do marido ao lado e, em seguida, a toma para si.

Aí o apresentador faz a maior festa. E diz: “Está vendo pessoal, a ‘Corrente da Oração de Ana¹’ é muito forte e resolve mesmo a situação de qualquer mulher que não pode engravidar”. 

– Vá em paz Maria, diz-lhe despedindo-a, e chama o próximo da fila.

Maria mentiu? Não, exatamente. Ela simplesmente omitiu. E para o avatar de sacerdote o que interessa mesmo é só essa parte da história.

E o que Maria omitiu?, alguém pode estar se perguntando. Os 6 anos de intenso tratamento médico que ela fez para engravidar e que finalmente dera resultado. Na realidade, a criança que Maria tomou em seus braços nada tem a ver com a “Corrente da Oração de Ana¹”. Aquela criança é tão somente o resultado de um longo e sério tratamento médico que, felizmente, transformou em realidade o sonho de uma mulher que queria ser mãe.

Se você já ouviu alguma história parecida não é simples coincidência.

“Corrente da Oração de Ana¹” pode ter qualquer outro nome, como, por exemplo, óleo consagrado aos pés do monte Sinai, água do rio Jordão, pano disso ou pano daquilo, toalhinha da bênção... e por aí vai.     

¹Quem não conhece a história talvez não entenda porque “Corrente da Oração de Ana”. Segundo o relato bíblico, Ana foi uma mulher que não podia ter filhos e que, após orar e chorar no templo do Senhor, engravidou e teve um filho, ao qual pôs o nome de Samuel – I Sm. 1.1-28.  

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Que tal fazer uma nova serpente de bronze?

Por Saulo Alves de Oliveira

Eu tive uma ideia. Já faz algum tempo. Mas só agora vou revelar pra vocês. Acho que é uma brilhante ideia (sic).

Não sei porque alguém ainda não a colocou em prática. Se eu fosse o “dono” de uma dessas igrejas que espalham crendices por aí colocaria tal ideia em prática imediatamente.

Algum de vocês tem acesso fácil ao Sr. Edir Macedo, da Igreja Universal? Então leve pra ele a sugestão abaixo.

Já que foi construído o “Templo de Salomão” e confeccionada uma nova “Arca da Aliança”, dentre outros símbolos do Antigo Testamento, por que não fazer uma nova “serpente de bronze”?

Já que a Universal gosta tanto de mistificar coisas e também símbolos do Velho Testamento, ele poderia mandar fazer uma nova “serpente de bronze” e colocá-la sobre uma haste no “Templo de Salomão”. Poderia colocar também réplicas nos outros megatemplos que ele tem por todo o Brasil.

Então, ao olharem para a “serpente de bronze”, as pessoas serão curadas, receberão carros, casas, empregos, empresas, muita prosperidade, etc. O céu é o limite do sucesso.

“Entendeu pessoal?”

A base para isso está lá no livro de Números 21.8: Então disse o Senhor a Moisés: “Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e será que todo mordido [por serpentes] que olhar para ela viverá”.

E como justificar a “serpente de bronze” nos nossos dias? É fácil, fácil. O diabo é a grande serpente que “morde” o povo e o leva à morte espiritual e material.

Agora digam ao Sr. Edir Macedo que se apresse, pois se o Sr. Valdemiro Santiago tomar conhecimento primeiro pode ser que ele chegue na frente.