segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Evidências da evolução – O registro fóssil

A evidência mais convincente da existência da evolução é a descoberta de organismos extintos em estratos geológicos antigos. Uma parte dos restos da biota¹ que vivia em determinado período geológico no passado permanece incrustada, na forma de fósseis, nos estratos que se depositaram naquele período. Cada estrato anterior contém os ancestrais da biota¹ fossilizada no estrato seguinte. Os fósseis encontrados nos estratos mais recentes são com frequência muito semelhantes a espécies ainda vivas ou, em alguns casos, quase idênticos. Quanto mais antigos os estratos em que um fóssil é encontrado – isto é, quanto mais distantes no tempo –, mais ele difere dos espécimes vivos. Darwin argumentou que isso seria de se esperar se a fauna e a flora dos estratos mais antigos tivessem evoluído de maneira gradual até seus descendentes, encontrados nos estratos posteriores, que são mais recentes. 

O que é especialmente convincente nas séries de animais fósseis é que cada tipo de fóssil é encontrado no estrato geológico correspondente. Assim, por exemplo, os mamíferos modernos começaram a evoluir depois do evento da extinção de Alvarez², no início do Paleoceno (há 60 milhões de anos). Nenhum mamífero moderno, portanto, deveria ser encontrado em estratos entre 100 ou 200 milhões de anos de idade, e de fato nenhum jamais foi encontrado.

Outro exemplo: as girafas se originaram em meados do terciário, há cerca de 30 milhões de anos. Seria um transtorno para todas as nossas teorias se subitamente alguém encontrasse um fóssil de uma girafa em estratos do Paleoceno, há 60 milhões de anos. É claro, porém, que nenhum fóssil desse tipo jamais foi encontrado.

Ernst Mayr, em “O que é evolução” 

¹Conjunto dos seres vivos de uma dada região
²Extinção dos dinossauros em virtude do impacto de um asteroide, ou cometa, com a Terra