sábado, 1 de novembro de 2014

Realidade ou delírio?

Por Saulo Alves de Oliveira

Não se pode afirmar que uma pessoa está mentindo quando ela diz que viu, ouviu ou sentiu algo que somente ela viu, ouviu ou sentiu. Refiro-me a fatos extraordinários que fogem ao racional. Se se trata de alguém conhecido pelo seu caráter honesto, certamente não está mentindo.

No entanto, não temos nenhuma obrigação de acreditar que algo é real se não nos forem apresentadas evidências convincentes de que o que foi visto, ouvido ou sentido não é simplesmente fruto da mente humana, isto é, do medo, de uma autossugestão ou tão somente delírios de um fanático.

A mente humana pode nos fazer ver, ouvir ou sentir coisas que não são reais.

Anõezinhos atrás das portas, duendes nos jardins, sonhos ou visões aterradoras do inferno, testemunhos fantásticos de coisas incomuns, vozes e vultos estranhos, e por aí vai.

Estando sozinho em casa, especialmente à noite, você já teve medo ou pavor de alguma coisa que pensou ser real e depois constatou que simplesmente não passava de fruto da sua imaginação?

Certa vez um senhor contou que estava internado num hospital e viu um anjo de branco entrar em seu quarto para curá-lo. O interessante é que ele estava no hospital exatamente porque havia se submetido a uma cirurgia. Por que o anjo não o curou em casa sem que precisasse ser operado? Parece que muitas vezes Deus precisa de uma “mãozinha” do médico.

Não é difícil alguém, ainda sob efeito da anestesia ou de algum outro medicamento sedativo, confundir um médico vestido de branco que entra em seu quarto de hospital com um ser angelical, especialmente se em sua mente os anjos são uma realidade.

Eu não posso afirmar categoricamente que ele não viu um anjo, nem posso afirmar que estava mentindo, mas posso dizer que a evidência de que ele realmente viu um anjo é muito frágil e, para mim, pouco convincente.         

Experiência pessoal.

Quando eu tinha meus doze anos de idade tive de dormir sozinho em uma sala onde havia um quadro com o rosto de uma pessoa que já havia morrido há algum tempo. Ao olhar para o quadro eu “percebia” que os olhos me acompanhavam. E isso me deixou assustado.

Felizmente meus pais sempre foram compreensivos comigo e me socorreram.

Onde estavam aqueles olhos que se moviam? Apenas na minha mente, é óbvio. 

Desculpem-me os muito crédulos, mas para mim é simples assim.

Conte-me histórias fantásticas, mas apresente-me provas fantásticas.