domingo, 26 de maio de 2013

Indiferença

Hoje eu almocei um pouco tarde, por volta das duas da tarde. Depois me deitei um pouco, porém acho que não dormi profundamente. Talvez só uns pequenos cochilos me visitaram.

Em certo momento me lembrei de algumas pessoas que já se foram. Também pensei em outras que, se se cumprir o que denominamos ciclo normal da natureza, irão antes de mim. No entanto, posso estar totalmente enganado, pois já vi essa inversão em diversas ocasiões.

Pensei em como, às vezes, alguns de nós somos tão ingratos. Talvez seja melhor utilizar a palavra insensíveis. Ou seria duros de coração? Eu não deixo de me incluir nesse rol.

Existem pessoas que não tem nenhum laço consanguíneo conosco, porém são pessoas que de alguma forma fizeram ou fazem parte da nossa vida. E esses seres humanos, pela idade já bastante avançada, estão vivendo provavelmente seus últimos anos ou meses ou, quem sabe, dias de vida na Terra. E alguns de nós não temos a sensibilidade de ao menos fazer-lhes uma rápida visita ou mesmo uma simples ligação telefônica para perguntar: “Fulano, como você está? Está precisando de alguma coisa?” Às vezes basta só isso para que o outro não se sinta esquecido.

Passam-se meses, anos, e só em ocasiões muito especiais nós encontramos aquela pessoa.

Um dia, de forma implacável, e totalmente indiferente à tristeza de quem fica, a natureza cumpre seu trabalho. “Fulano” vai embora para nunca mais voltar.

Alguns, depois sentem remorsos pela indiferença. Mas, de que adianta remorsos? Talvez só para acalmar um pouco a consciência pesada. Outros, nem remorsos sentem.

No futuro, se vivermos ainda muitos anos, talvez o “Fulano” seja eu ou você.  Aí saberemos com certeza, e na prática, o significado da palavra indiferença.

Em 24/05/2013

Saulo Alves de Oliveira

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Marcos Pereira: culpado ou inocente?

Eu não conheço pessoalmente o Sr. Marcos Pereira, o vi apenas algumas vezes em reportagens na TV, mas confesso-lhes que foram suficientes para deixar-me com muitas dúvidas. Crença sincera? Fé verdadeira? Fanático religioso? Manipulação de pessoas incautas ou fragilizadas?

Parece-me algo relacionado a essa última alternativa, filão descoberto, e muito bem explorado, por muitos outros que surgiram no Brasil no meio evangélico nos últimos 30 ou 40 anos.

Nunca senti empatia pelos trabalhos desenvolvidos por ele, pelo menos os que foram apresentados na TV. Assim como não tenho qualquer empatia por alguns outros bispos, pastores, apóstolos e missionários que aparecem na TV brasileira todos os dias.

Daí a dizer que ele cometeu realmente os graves crimes que estão sendo veiculados na impressa vai uma distância muito grande. O seu modo de trabalhar nada tem a ver com as acusações que lhe fazem. O comportamento acima não implica obrigatoriamente nas acusações que lhe são atribuídas. Ele pode ser realmente inocente. Não o defendo nem o acuso. Desejo sinceramente que a verdade seja esclarecida.

Acho também que certos evangélicos - ou seriam apenas alguns pseudoevangélicos? - deveriam ser mais cuidadosos, ou sinceros, verdadeiros, honestos mesmo, na hora de defender seus líderes, pois alguns se valem de expedientes espúrios para fazê-lo, tal qual fazem para atacar seus desafetos.

Nada mais natural que algumas pessoas não se sintam bem ao ver seu líder exposto ao ridículo e desejem defendê-lo, porém que o façam com armas legítimas, honestas, e não recorrendo a expedientes gerados na cabeça de doentes espirituais, como é o caso de notícias falsas que são disseminadas na internet através de capas de revistas forjadas. Veja um exemplo aqui.  

A meu ver, o grande problema é que outras pessoas, por corporativismo, quem sabe, as repassam sem o menor pudor, pois não checam a veracidade da informação.

Saulo Alves de Oliveira

sábado, 18 de maio de 2013

Não deixe ninguém decidir por você

Não quero me arvorar como conselheiro de ninguém.

Tampouco pretendo convencer qualquer pessoa a pensar como eu.

Apenas faço comentários ou, no máximo, sugestões, fruto de observações, reflexões e de um aprendizado de vida que, se não tão longa, já passa de meio século, cheia de vales e cristas como as ondas do mar.

Tanto quanto a vida de qualquer ser humano. 

No entanto, eu penso que não se deve tomar como verdade absoluta a palavra de quem quer que seja, inclusive a minha.

Não se deve ter medo de questionar a palavra de qualquer autoridade, seja ela política, jurídica ou religiosa.

Não é por que um líder religioso ou mesmo um grupo de líderes decidiu algo que você deve aceitar passivamente como verdade inquestionável.

Não tenha medo de questionar e de pensar por si próprio.

Ouça com respeito, tente descobrir sempre os interesses envolvidos – podem ser elevados, mas também podem ser subalternos –, reflita com liberdade, julgue, e depois não tenha medo de tomar qualquer posição, seja contrária ou a favor.

O importante é que a decisão seja sua.

Inunde sua mente com essa ideia libertadora: não deixe ninguém decidir por você. 

Saulo Alves de Oliveira        

sábado, 11 de maio de 2013

Sobre Jean Wyllys

Não conheço pessoalmente o Deputado Jean Wyllys nem conheço todas as suas ideias, quer sejam políticas, religiosas ou morais, mas posso afirmar que não concordo com algumas delas. Apesar disso, não tenho o direito de satanizá-lo ou de inventar histórias falsas a seu respeito.

A internet parece uma terra sem leis onde pessoas sem o menor escrúpulo, mesmo algumas ditas – ressalte-se – “salvas” ou “apaixonadas” por Jesus inventam histórias falsas e as publicam na grande rede. Já vi isso algumas vezes acerca de outra pessoa.

O pior é que pessoas descuidadas – mal intencionadas ou não, não sei dizer – simplesmente repassam a história sem ao menos procurar saber se ela é verdadeira ou não. Parece que o que interessa mesmo é denegrir a imagem do desafeto, com o qual não concordam ou de quem sentem ojeriza, seja verdadeira ou não a notícia.  

Recentemente publicaram várias vezes no Facebook um post afirmando que o Sr. Jean Wyllys em entrevista à radio CBN teria afirmado que “Precisamos abrir nossas mentes. O pedófilo pode ter papel fundamental no desenvolvimento sexual do menino, ensinando uma sexualidade sadia e livre de preconceitos”.

Eu sei que o Sr. Wyllys tem ideias morais controversas, e ninguém tem obrigação de concordar com elas, mas essa me pareceu exageradamente fora de propósito. Não me parecia razoável que ele chegasse a esse nível tão inferior. Então resolvi investigar.

O que descobri? A frase foi forjada por um evangélico que se diz, pasmem, “apaixonado” por Jesus.

Descobri ainda que a própria CBN negou a suposta declaração. Leia aqui o comunicado da CBN.    

Certas atitudes me impressionam e também me deixam assustado. Como pode uma pessoa que se diz “apaixonada” por Jesus, ou “filho” de Deus, forjar uma notícia falsa acerca de alguém e publicá-la na internet sem o menor escrúpulo?

Pode-se chegar a um nível moral mais baixo? É o velho Maquiavel em pleno século XXI.

Na minha opinião, a atitude dessa pessoa está mais para um apaixonado por Susej, filho do Cão dos infernos, pai da mentira.

Só pode ser isso! Uma pessoa que mente intencional e descaradamente só pode ser mesmo parceiro do Príncipe das Trevas.

Lamentável e vergonhosamente, há quem repassa tal notícia sem o menor cuidado e pudor. Tal atitude é, no mínimo, uma enorme irresponsabilidade, se é que quem a repassa o faz somente porque tem antipatia pelas ideias do acusado e não dá a mínima para o fato da notícia ser verdadeira ou não.

Há quem se julga em um elevado patamar moral e de fé para criticar a moral dos outros e não têm o menor pudor ao repassar uma notícia falsa que denigre a imagem de seu semelhante.

Desculpe-me quem assim procede, mas isso é uma enorme indignidade. O mínimo que se deve fazer, antes de publicar qualquer informação, é checar se tal informação é verdadeira, especialmente quando ataca ou agride o caráter moral de quem quer que seja.

Todos temos o direito de não concordar e de criticar as ideias morais, religiosas ou políticas de alguém, porém não temos o direito de divulgar notícias falsas.

Você não gosta de alguém, não compactua com seu comportamento, tudo bem, é seu direito. Então critique-o, mas dizendo a verdade.

Nem um inimigo merece ter informações falsas divulgadas a seu respeito.
 
Eu tenho afirmado que acredito no ser humano, mas sinceramente há momentos em que sou tentado a dar um passo atrás.

Alguém pode me perguntar: você está defendendo Jean Wyllys, o deputado homossexual?

Eu não tenho compromisso algum com o Silas Malafaia nem com o Marcos Feliciano e nem com o Jean Wyllys, mas quanto ao aspecto abordado acima, eu o defendo sim, porque os meus princípios morais me dizem que ninguém deve ser acusado injustamente e a frase atribuída a ele é uma injúria.

Defendo-o da mesma forma que defenderia os outros dois em situação similar.

Saulo Alves de Oliveira