terça-feira, 29 de maio de 2012

E o "antes" do Big Bang?



































De acordo com a cosmologia, o Big Bang foi a explosão primordial que deu origem ao nosso Universo. Toda a matéria estava concentrada em um ponto, que se expandiu e deu origem a tudo o que conhecemos e talvez a muita coisa que ainda não conhecemos. Há um documentário muito interessante produzido pelo History Channel acerca do tema, o qual pode ser localizado no YouTube com o título “O Universo – Além do Big Bang”.

Às vezes, para desdenhar a Teoria do Big Bang, algumas pessoas fazem a seguinte pergunta: “Se tudo começou com o Big Bang, o que havia antes?” Na realidade esta pergunta não faz muito sentido, pois o espaço e o próprio tempo começaram no Big Bang. Não havia tempo “antes”. E só faz sentido falar em “antes” ou “depois” no tempo.

Eu sei que para leigos como eu, não é fácil entender esses conceitos, pois nós nascemos no tempo e tudo para nós tem antes, agora e depois. No entanto, para facilitar a compreensão, vamos falar em “antes” do Big Bang.

Se fizermos essa pergunta a um cientista, ele certamente responderá: “Não sabemos”. Antes de demonstrar fraqueza, tal resposta transmite humildade. Realmente a ciência não sabe tudo e é possível que nunca venha a sabê-lo. Porém uma coisa é certa: a ciência trabalha para descobrir os segredos da natureza e as leis que regem o Universo. E, quanto a isso, tem sido bem sucedida. Há homens que dedicam toda a sua vida para desvendar os segredos da natureza e a tais homens nós devemos os grandes avanços do nosso tempo.

Há 200 anos não existiam luz elétrica, rádio, telefone, televisão, avião, satélites, foguetes, antibióticos, vacinas, cura de certas doenças que assolaram a humanidade por longo tempo, transplante de coração, cirurgias sofisticadas do cérebro e outras como a bariátrica, computadores, internet, genética, grandes edificações com centenas de metros de altura, só para citar algumas das maravilhas da vida moderna. Tudo isso e muito mais devemos à ciência.

Lamentavelmente todo esse progresso ainda não chegou a todas as pessoas e, o que é ainda mais lamentável, muitos usam o conhecimento científico para o mal. Aí estão as sofisticadas armas de guerra que todos os anos destroem milhares e milhares de vidas humanas.

Mas a culpa não é da ciência, e sim do próprio homem. Infelizmente a mesma natureza que produz seres humanos como Jesus Cristo, Gandhi e Nelson Mandela, também produz excrescências como Nero, Hitler e Stalin.

O mesmo homem, capaz de fabricar um machado para derrubar uma árvore e construir uma casa para abrigar sua família, também era capaz de fazer uma espada para matar seus semelhantes. O mesmo homem, capaz de produzir um remédio – ainda que primitivo – para curar a dor de um enfermo, também era capaz de fabricar uma poção venenosa para destruir a vida do seu desafeto.

A história da humanidade é uma história repleta de guerras, assassinatos e destruições, e tais coisas sempre aconteceram mesmo antes que houvesse ciência.

Voltando à pergunta original. Não se sabe ainda o que houve “antes” do Big Bang, mas fiquem certos de uma coisa: neste momento há cientistas empenhados em descobri-lo.
                        
Desde 2003 encontra-se em funcionamento, nos Estados Unidos, o projeto LIGO -  (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser). É um conjunto de detectores de ondas gravitacionais de longo alcance instalados nos estados da Louisiana e Washington. Uma de suas missões é detectar ondas gravitacionais remanescentes da radiação gravitacional criada no começo do Universo. Um grupo internacional de 400 cientistas de cerca de 40 instituições trabalha analisando os dados do LIGO.
 
Observem também o que diz o físico Michio Kaku em seu livro “Física do impossível”:
“O próximo grande salto ocorrerá em 2015, quando será lançada uma geração totalmente nova de satélites que analisarão a radiação gravitacional no espaço cósmico desde o instante da criação. Os três satélites que compõem a LISA (Laser Interferometer Space Antenna), (...) serão lançados em órbita ao redor do Sol. Estes satélites serão capazes de detectar ondas gravitacionais emitidas a menos de um trilionésimo de segundo depois do Big Bang. Se uma onda de gravidade do Big Bang que ainda circule pelo Universo atingir um dos satélites, ela perturbará os feixes de raios laser, e esta perturbação poderá então ser medida com exatidão, dando-nos “retratos de bebê” do instante da própria criação.”

“Se a LISA não conseguir distinguir entre diferentes teorias pré-Big Bang, seu sucessor, o Big Bang Observer (BBO), poderá. Está provisoriamente programado para lançamento em 2025. O BBO será capaz de vasculhar o Universo inteiro (...) Mas seu principal objetivo é analisar ondas de gravidade emitidas durante a fase inflacionária do Big Bang. Neste sentido, o BBO é especificamente projetado para sondar as previsões da teoria inflacionária do Big Bang. O projeto do BBO é um tanto similar ao da LISA. Ele consistirá em três satélites movendo-se juntos numa órbita ao redor do Sol, separados uns dos outros por 50 mil quilômetros.”

“Em 2040, teremos usado essas leis [de gravidade quântica] para produzir respostas altamente confiáveis a muitas questões profundas e intrigantes”, escreve Thorne (um dos fundadores do LIGO), “inclusive (...) O que aconteceu antes da singularidade do Big Bang, ou existiu mesmo algo como um ‘antes’? Existem outros universos? E, se existem, como eles se relacionam ou estão conectados com o nosso próprio universo?”

“A questão é que nas próximas décadas deverá haver dados suficientes, jorrando de detectores de ondas de gravidade no espaço, para diferenciar entre as várias teorias pré-Big Bang.”
Será que um dia a ciência descobrirá o “antes” do Big Bang? Não sei, porém gostaria muito de dizer um efusivo sim e gostaria mais ainda que acontecesse nos anos da minha vida.

De uma coisa eu tenho certeza: nós devemos muito à ciência, pena que muitos não tenham essa percepção, especialmente alguns religiosos, os quais, mesmo desfrutando dos avanços da medicina e de todos os recursos facilitadores do dia a dia proporcionados pela ciência, não lhe dão o devido crédito.  

Saulo Alves de Oliveira

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Big Bang





        Os pais da teoria do Big Bang





    
             Albert Einstein
            (1879-1955)   
        

Edwin Hubble                                Padre Georges Lemaitre                              George Gamow
          (1889-1953)                                                (1894-1966)                                                        (1904-1968)                                                                

Conforme relatei no comentário anterior, este blog está completando o seu 1º aniversário neste mês de maio. Por este motivo, pensei em postar algo muito especial em comemoração a esta data. Então me veio a ideia de escrever alguma coisa sobre a Teoria do Big Bang, isto é, a teoria científica que melhor explica a origem do nosso Universo.

E por que logo esse tema?, perguntaria alguém. Resposta: porque, de todo o conhecimento humano, esse é um dos assuntos que mais me fascina, porquanto ele trata da origem de todas as coisas.

Inicialmente, convém ressaltar que, quando se fala em teoria científica, a palavra “teoria” não tem o mesmo significado de quando nós a usamos no dia a dia, por exemplo, quando dizemos “eu acho que o carro quebrou e por isso Fulano ainda não chegou”. Ao “achismo” em ciência se dá o nome de hipótese. É claro que em ciência as coisas não são tão simples assim. Em ciência os “achismos” normalmente envolvem pessoas incomuns, mentes brilhantes, muitas vezes gênios, que têm “insights” acerca de como a natureza “trabalha”, entretanto mesmo tais lampejos de genialidade têm de ser confirmados através de experiências ou observações. Mas, nesse nível, as ideias são consideradas apenas hipóteses. Teoria, no entanto, tem um significado mais profundo, pois ela tem de confirmar previsões e apresentar evidências de sua validade através de experiências ou da observação. E tais experiências e observações só têm valor se forem reproduzíveis também por outros cientistas, e não apenas por quem apresentou a proposição. É o que acontece com a Teoria da Gravidade de Newton, a Teoria da Evolução de Darwin, a Teoria da Relatividade de Einstein, a Teoria do Big Bang, e muitas outras.

Muitos cristãos – e somente os cristãos, faço questão de ressaltar – se satisfazem com o primeiro versículo da Bíblia, que diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Para eles, o Gênesis explica tudo, e isso lhes basta. Eu também já pensei assim. Hoje, não mais. Hoje eu quero saber exatamente como as coisas aconteceram. Pode ser que nos anos da minha vida não haja tempo suficiente para a ciência descobrir tantas coisas ainda desconhecidas. E, quem sabe?, pode ser também que algumas delas jamais sejam descobertas pela ciência.   

As primeiras concepções do Universo brotaram das cabeças dos filósofos gregos, entre eles Aristóteles, que viveu entre 384 a.C. e 322 a.C. Na concepção de Aristóteles, o cosmo era formado por diversas esferas concêntricas, invisíveis e feitas de cristal, estando a Terra fixa no centro. Pense em algo como as camadas de uma espécie de cebola gigantesca.

Em cada esfera estavam primeiro a Lua, seguida por Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e, na última, as estrelas fixas. Não se falava em Urano e Netuno, pois tais planetas ainda não eram conhecidos. Esse era o Universo de Aristóteles.

A concepção do cosmo de Aristóteles dominou o mundo por cerca de 1900 anos. Somente a partir do século XVI alguns gênios da humanidade tiveram a coragem de desafiá-la. Eram os primórdios da ciência moderna.

Tudo começou com Nicolau Copérnico em 1543, que “tirou” a Terra do centro e “colocou” o Sol, adotando o sistema heliocêntrico. Ainda não era a concepção definitiva, mas representava um grande avanço, de forma tal que “O próprio Lutero zombou das idéias de Copérnico, afirmando que um certo astrônomo queria virar a astronomia pelo avesso, fazendo a Terra girar em torno do Sol como se fosse um carrossel” (Marcelo Gleiser, em Poeira das estrelas). É lamentável que exatamente Lutero, “o iluminado”, não apoiasse as ideias de Copérnico.

Depois vieram outros gênios que continuaram a revolução do conhecimento do cosmo, dentre os quais podemos destacar: Johannes Kepler, Galileu Galilei, Isaac Newton e Albert Einstein, só para citar os mais conhecidos.

A Teoria da Relatividade de Einstein, publicada no início do século XX, foi o que propiciou as condições para se chegar à Teoria do Big Bang.

Eu não sou um especialista em cosmologia, nem sequer sou um físico, sou apenas alguém que já leu alguns livros sobre o tema e, como já disse anteriormente, este é um dos assuntos que mais me fascina, pois diz respeito às origens de tudo.

Portanto, seria impossível para mim, e acho que até mesmo para um cosmólogo, tentar explicar, em apenas uma ou duas páginas, como se chegou à Teoria do Big Bang e quais as suas evidências.

Então me veio a ideia de apresentar um documentário produzido pelo canal History Chanel que explica exatamente o que foi o Big Bang e qual o caminho percorrido para se chegar à Teoria do Big Bang. O título do documentário é “O Universo – Além do Big Bang”.

É uma produção espetacular, bem dublada ou legendada e apresentada de forma didática.

E, para ficar mais atraente aos leigos, o documentário foi postado no YouTube em nove partes de 10 minutos cada. Portanto, os interessados não precisarão assisti-lo todo de uma única vez, mas é importante, para compreensão, assisti-lo na sequência.

Caso você não compreenda alguma coisa, insista, vá até ao fim, pois somente dessa forma você ficará sabendo que a Teoria do Big Bang não é um “achismo” e porque toda a comunidade científica a aceita como a mais plausível explicação para a origem do nosso Universo.

Eu sei que os fundamentalistas nem sequer chegarão a este ponto, talvez o rejeitarão peremptoriamente apenas ao ler o título, o que é uma pena, pois deixarão de tomar conhecimento – até mesmo para depois criticar, se for o caso – de algo que deveria interessar a todas as pessoas que têm um intelecto minimamente racional. 

Para ajudá-lo, eu divulgo abaixo todos os links.


Ao terminar de assisti-lo, a expressão que me veio à mente foi “simplesmente espetacular”.

E, se não fossem grandes homens que ousaram desafiar o “status quo” do seu tempo, como Giordano Bruno, que morreu queimado pela Inquisição em 1600, talvez ainda hoje nós vivêssemos na escuridão da ignorância que “mantinha” a Terra no centro de um Universo imutável composto apenas por um punhado de planetas e uns poucos milhares de estrelas fixas.

Saulo Alves de Oliveira

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Primeiro aniversário



Neste mês de maio o REFLEXÕES DO MEU SILÊNCIO está completando o seu 1º ano de existência. É apenas um simples “bebê” que dá os primeiros passos. Não sei se cumpri bem a missão para a qual eu o criei, mas tentei.

Procurei divulgar aquilo que venho pensando há muitos anos – ideias que norteiam a minha vida – e experiências pessoais, as quais (ideias e experiências) nunca tive a oportunidade de partilhar com outras pessoas, exceto as do meu núcleo familiar mais íntimo, daí o titulo REFLEXÕES DO MEU SILÊNCIO.

Também tentei divulgar, mesmo como leigo, um pouquinho, muito pouco mesmo, de ciência, conhecimento que realmente me fascina, pois acho que o saber científico é libertador.  

Enxergo o mundo através do prisma das minhas experiências pessoais e de tudo que já li, vi e ouvi nesses meus 56 anos de vida. Obviamente ninguém tem obrigação de concordar com este beócio opinante e, é de bom alvitre ressaltar, não me falta essa consciência. Longe de mim me arvorar como o dono da verdade. Estou mais para um neófito na arte da escrita.

O importante, porém, não é concordar, mas atentar e ouvir com respeito a opinião do outro e ter consciência de que todos temos o direito de expor nossas ideias e que ninguém é inerentemente do mal só porque pensa diferente ou crê distintamente das outras pessoas ou mesmo não crê naquilo que nós sempre acreditamos ser a verdade.   

Sei que não é fácil viver em meio à diversidade de opiniões, especialmente quando elas são frontalmente contrárias ao legado cultural do nosso grupo relacional. Eu também me policio no que tange a esse aspecto da vida em sociedade.

Nós temos medo de enfrentar ideias que contradigam aquilo que sempre tivemos como verdade ao longo de toda a nossa vida, e não raro julgamos, como agentes do mal, aqueles que têm ideias diferentes das nossas, sobretudo no campo da religião.

Agir assim nada mais é que uma fraqueza do intelecto.

Bom, já estou me desviando do rumo para uma variante da estrada. Voltemos ao objetivo principal do comentário.

Nos primeiros dias após a criação do blog, quando passei a entender melhor como as coisas funcionavam, estabeleci uma meta de visualizações de páginas ao final de um ano: 1.200 visualizações.

Por que este número? Simplesmente porque daria uma média de 100 visualizações/mês.

Meta ambiciosa?, não; pessimista?, também não. Apenas coerente com um blog incipiente, totalmente desconhecido do grande público e administrado por alguém que não é uma celebridade nem um famoso jornalista ou político.

Também não sou uma sumidade em qualquer área do saber humano, no entanto sou um ser humano que deseja dizer o que pensa acerca de várias áreas do conhecimento.

Para minha surpresa e satisfação o blog alcançou 1.627 visualizações de páginas em seu primeiro ano de existência. É um número inexpressivo, todavia me satisfaz, porquanto fico com a sensação de que não “falei” ao vento.

As postagens mais acessadas – não sei se lidas – foram “O milagre no supermercado” e “Saudade da minha Mãe”.

A primeira é uma história de ficção cujo objetivo é sugerir que não devemos acreditar “a priori” em tudo que nós ouvimos, especialmente quando as histórias parecem fantasiosas, antes, porém, devemos investigar o que há de real por trás de certas afirmações. Acho que posso resumir tudo com as seguintes palavras de certo escritor e cientista: “Afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias”.

A segunda é o relato de uma curta experiência vivida em uma noite de sábado quando escrevia ao som de uma música no escritório da minha casa e repentinamente senti uma profunda saudade da minha mãe, de tal forma que não pude conter as lágrimas. Maria Carlos se foi em 2006 para nunca mais voltar, e, apesar da enorme saudade e do pavor que essa realidade às vezes provoca, disso eu tenho plena consciência.   
     
Agradeço a todos que gentilmente acessaram o meu blog e mais ainda àqueles que de forma condescendente gastaram um pouco do seu tempo lendo-o. Espero continuar sendo merecedor da sua atenção.

A todos, mais uma vez meu muito obrigado.

Saulo Alves de Oliveira